Magias públicas, virtudes privadas

2005_1231FimAno0169

Se não sabem eu explico, porque não tem nada que saber, mas não é por mal sabem, somos é muitos, e se nós somos giras eles não nos ficam atrás e temos todos o nosso feitiozinho, que temos, portanto já ninguém estranha que o Natal ou as férias de Verão de um ano não tenham assim exactamente as mesmas pessoas, as mesminhas, que os do ano a seguir. Pronto, está bem, por vezes, raramente, num caso ou outro e eu juro, ou quase juro, que comigo, eu faria lá uma coisa dessas, nunca aconteceu, mas por vezes, dizia eu, dá-se o caso de no fim de ano a seguir ao Natal a coisa já ter rodado mas só pode ter sido por alguma coisa que se comeu e caiu mal. Mas pronto, neste vai vem dos que nunca chegaram a ser Toyotas, alguns, poucos, deixaram saudades, mas nenhum ou nenhuma deixou tantas como o Mário. Eu até vos podia dizer que ele era educado e giro e simpático e boa pessoa e prestável e correctíssimo e brincalhão porque ele era isso tudo para além de ser namorado da prima mais nova de quem todos já gostávamos, mas ele era mais, era muito mais que isso. O Mário era mágico e de repente, assim como que por magia, os mais que vistos Natais, as festas de aniversário das crianças, os enfadonhos jantares de família ganharam outra alegria e os nossos filhos passaram a fazer uma pergunta nova cuja resposta era para eles vital – a Rita vai? Eu já disse, mesmo ali em cima, que todos gostamos muito dela e a Rita é a Rita mas a Rita não é mágica, mágico é o Mário que por acaso, só mesmo por acaso, ninguém estava até muito interessado nisso, acompanharia a Rita. E o Mário vinha e fazia magia, porque só podia ser magia a sério aquilo que nós víamos acontecer na frente dos nossos olhinhos que nem piscavam, na ânsia de lhe descobrirem o truque, com o guardanapo da mesa, o gancho do cabelo, o cinto das calças, os óculos da avó, a caneta do tio, o elástico que até aí só servia para prender as pernas do perú. E eu roía-me de raiva porque não lhe conseguia apanhar nem um truquezinho para amostra e ele insistia mais um pouco e fazia e refazia o mesmo passe na frente do meu nariz com aquela certeza de quem é muito bom e sabe, sem qualquer dúvida, que nem uma chata como eu lhe saca a carta da manga.

O Mário tem, finalmente, e porque ele é bom e porque o merece e porque aqui também já merecíamos matar saudades dele, um programa de magia na SIC. Chama-se Minutos Mágicos e vai para o ar aos Sábados às 23.00h se por lá forem tão bons a cumprir horários como o Mário é a deslumbrar-nos e a fazer de nós miúdos outra vez com bocas abertas de espanto.

3 comentários:

Fusão do Atomo disse...

O Mário Daniel (acho que é o nome) tem uma capacidade de comunicação de estalo..........vejam isto
http://sic.sapo.pt/online/video/programas/minutos-magicos/2010/9/o-convidado-especial-desta-semana-e22-09-2010-121815.htm

Tereza, pelo menos no site da Sic está ás 21.20

Teresa disse...

É esse mesmo o nome e o tipo é bom, não é? Obrigada pelo vídeo, não conhecia.
Bjs

Teresa disse...

Vi o vídeo todo. O tipo é fantástico e nem imaginas a quantidade de cartas assinadas que andaram cá por casa depois de ele as tirar dos sítios mais incríveis.