DE COMO VOU MORRER SEM SEXO E POBRE

Imaginem o seguinte cenário:

Fim de tarde. Esplanada à beira mar. Brisa suave. Palmeiras. Jarros de sangria. Russo vestido de marcas (tou a falar de marcas a sério não é aquela treta da Massimo Dutti e assim) dos pés à cabeça senta-se na nossa mesa. É eleito o russo mais giro e mais bem vestido que alguma vez conhecemos. Estava de calças brancas. Camisa azul displicentementecolocada  por fora das calças. Relógio impecável no pulso. O corte de cabelo semi-longo-chique. Simpático. Possuidor de Lexus e barcos.

Ora, eu fascinada, não com o Russo à minha esquerda (eu já vos disse que sou difícil de fascinar, não disse?) mas com o que a menina à direita me contava, estico a mão para a esquerda enquanto olho para a direita. Dedinho mindinho toca ao de leve no copo de pé alto que era do Russo. 

Digamos que Russo, detentor até esse momento, de calças imaculadamente brancas passou a ter calças imaculadamente sangriadas. Russo assassinou-me mortalmente (sim, eu sei...) 10 vezes com os olhos. Gaija da direita repetiu 50 vezes: "Faças o que fizeres, não rias agora!" Querem tentar adivinhar o que me dava vontade de fazer cada vez que ela dizia isto? Russo rouba as calças do vizinho do lado que vestiu uns calções. Eu aproveitei a  ida dele ao WC para a troca e pisguei-me. Tenho um novo cognome: Peixa, the Great Escape!

Isto é só um pequeno exemplo do meu actual poder de sedução...

ALGUÉM ME SUGERIU QUE MODERASSE A ACTIVIDADE SEXUAL NESTA FASE DA MINHA VIDA...

Como tal, não me resta alternativa senão dedicar-me a escrever sobre outros temas neste ilustre blog. Ora, a época de futebol (tema em que eu dou cartas...) já acabou. E eu que sou uma gaija muito dada a estas coisas, vou então começar um ciclo de posts sobre... Wait for it... Politica!!!!

E, como toda a gente bem sabe, eu sou barra em nesta temática, portanto, isto promete... 

O que me proponho, para inicio de conversa, e com a proximidade das eleições, é uma análise imparcial dos respectivos candidatos a 1ª Ministro. A começar amanhã... Hoje comecei a pesquisa. Perguntei à Chefa como é que eles se chamavam...

SIM, AGORA ESTOU NUMA DE ESCREVER SOBRE FUTEBOL

Descobri, hoje, que sou uma aficionada da bola. Juro, juradinho, que estava capaz de ver 20 jogos do Aston Villa de seguida.

Eu gosto tanto do meu trabalho...

Realismo sinalético

A posta na justiça de brandos costumes

Claro que qualquer jurista conseguirá atafulhar-me de argumentos capazes de justificarem as bizarrias em questão, mas existem duas coisas na Justiça portuguesa que me fazer soar os alarmes da desconfiança acerca de eventuais fundamentos para a sua existência.


A primeira é a mais vergonhosa, a meu ver, e ficou bem expressa nessa condição com o recente caso da procuradora apanhada a conduzir bêbeda e em contramão, libertada da prisão por um colega (cúmplice por inerência?) que entendeu invocar um preceito legal que impede os magistrados de serem presos por crimes com penas inferiores a três anos.
Não sei de todo o que torna tão especiais estes cidadãos para não estarem sujeitos exactamente aos mesmos procedimentos dos restantes.
Aliás, não entendo qualquer tipo de imunidade concedida seja a quem for desde que apanhado em flagrante num delito (algo que deveria até agravar as penas e jamais ser enquadrado num qualquer capote protector). É perigosa, esta regra cuja aplicação depende, no caso dos magistrados, dos seus pares, dos seus colegas de ofício.

A segunda peca por parecer feita à medida dos interesses dos criminosos mais habilidosos a esconder as provas dos seus crimes ou a si mesmos quando conseguem dar à sola. Chamam-lhe prescrição e é um absurdo que nem o mais habilitado conseguirá algum dia vender-me como uma boa ideia.
Em causa está o jeitão que dá a um bandido conseguir arrastar a efectiva condenação para lá de um determinado prazo, findo o qual já não tem que cumprir pena mesmo que seja provada a sua culpa.
É incompreensível, para um cidadão comum, a legalidade de um preceito que na prática só pode beneficiar duas partes envolvidas: os próprios criminosos e os sobrelotados sistemas judicial e prisional.

Jamais acreditarei na inteligência, no rigor e no bom senso dos nossos legisladores enquanto aspectos como os que acima refiro puderem andar de braços dados com uma Justiça lenta e com um código penal que só falta andar ao colo com os seus alvos potenciais.
E gostava ainda no meu tempo de vida de conhecer alguém com o poder e a coragem de mexer com os interesses instalados por detrás deste tipo de legislação softcore que afinal é pornografia da mais abjecta quando, por exemplo, a vítima de um canalha o vê livre de consequências pelo mal que fez bastando ao criminoso ter a paciência ou o esquema bem montado para ver o tempo a passar até ao dia em que os homens se fingem deuses e lhe concedem uma imerecida absolvição.

ALGUÉM TEM QUE FALAR DE FUTEBOL, N'É?

E eu estou apostada em ser essa pessoa... No entanto, considerando que nem um minuto de jogo vi na primeira parte e não faço puto de ideia quem está a ganhar, isto está quase a tornar-se uma missão um tudo-nada impossível. Mas antes do final da cena, eu decerto terei algo a dizer.

Até lá deixo-vos com um clip dos desenhos animados mais sádicos à face da terra e arredores.


BEBER, FUMAR, FODER

O meu amigo P., hoje, ligou a inquirir da minha saudinha. Eu e o P. temos um problema. É que por muito séria que seja a questão que origina a conversa, a coisa invariavelmente descamba e acaba em sexo. Nós até já tentámos ser pessoas normais mas acabamos sempre por concluir que não conseguimos.

Mas como eu ia dizendo, meu amigo P. ligou a inquirir da minha saudinha...

P.: Mas tens bebido muito café?
Peixa: Deixei. Só bebo um por dia.
P: Mas continuas a fumar, n'é?
Peixa: Pois...
P.: E copos. Tens andado mais nos copos do que o costume?
Peixa: Oh pá, não.
P.: Hummm... E arrebimba o malho?
Peixa: O que é que queres que te responda?
P.: Eu tenho para mim que se a coisa está assim mal e até eles descobrirem o que é, tens que entrar na lei das compensações.
Peixa: Entrar no quê?
P.: Se queres continuar a fumar, tens que deixar o café, os copos e de foder!
Peixa: Deves estar é maluco.
P: Ou então, vá... Tens que dedicar-te aquele sexo muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito devagarinho.
Peixa: Querem lá ver que vou virar tântrica...
P.: Não compreendo esse pessoal. Palavrinha de honra. Atão a malta está ali 4 horas e tira e mete e revira mas nunca chega lá. Eu juro que ao fim de 1 hora... Vá 2... Já estava a pensar na agenda do dia a seguir...

E a partir daí a coisa descambou de vez e incluiu tábuas de passar a ferros e aventais e isso agora não interessa nada. O que interessa é que o meu amigo P., na brincadeira, conseguiu fazer o triunvirato de perguntas que são feitas a todas as mulheres quando entram na urgência de qualquer hospital. Fuma? Bebe? Está ou poderá estar grávida? Esta que vos escreve ou tem ar de santa ou de absoluta devassa (ainda não decidi). É que 3 idas ao hospital, 4 médicos, não sei quantos exames e um batalhão de enfermeiros depois, ainda ninguém me fez nenhuma das 3 perguntas. Que conclusão posso eu tirar disto?

GAIJOS ATENTAI QUE A PEIXA EXPLICA PORQUE A PEIXA É MESMO, MESMO, MESMO, MESMO VOSSA AMIGA

O cenário é o seguinte: Precisam comprar uma prenda para a vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar. Entram num centro comercial e lembram-se que ela referiu há 6 meses que a varinha mágica avariou e que agora até havia umas novas com 3 lâminas (os factos inúteis que eu retenho na mente é coisinha para me espantar até a mim mesma...). Eu entendo a vossa tentação em despachar a coisa de forma rápida e eficaz. Eu entendo a lógica do 'ela precisa, ela falou é porque ela quer'. Eu entendo isso tudo. Mas façam vocês o que fizerem não entrem naquela loja de electrodomésticos. Se a opção for entrar na loja ou ser empalados, lembrem-se que é sempre o segundo. Vocês irão perceber a médio prazo que o empalamento é menos doloroso!

Gaijos, nunca mas nunca, e quando digo nunca é nunca mesmo, ofereçam à vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar um electrodoméstico. Ela pode até sorrir e agradecer muito e dizer que era aquilo mesmo que precisava mas, mentalmente, ela está a enfiar-vos aquela cena num sitio onde o sol não brilha, a ligar a ficha à corrente e a carregar no 'on'. Mulher nenhuma deseja, gosta ou tolera receber electrodomésticos. Digamos que na cadeia de prendas possíveis, os electrodomésticos estão abaixo de tudo. É, talvez, a pior coisa que lhe podem dar. Entre receber um electrodoméstico e um ramo de flores do campo, adivinhem lá o que é que ela prefere? Se lhe derem um aspirador, na cabeça dela estará 'será que ele acha que o meu chão está sujo?'; se gastarem €1000 numa bimby, ela vai achar que estão a insinuar que ela não sabe cozinhar; se lhe derem uma depiladora... É melhor não saberem o que vai na cabeça dela que eu acho que vocês não têm capacidade para lidar com a imagem dela a usar a depiladora nos vossos tintins.

Resumindo e concluindo, meus queridos leitores masculinos: ao escolherem uma prenda para a vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar, mantenham-se afastados de tudo quanto seja electrodoméstico. Olhem, à cautela, eu no vosso lugar mantinha-me afastado de tudo quanto tivesse ficha eléctrica.

Disclaimer: Do rol de coisas eléctricas a não comprar estão excluídas todas aquelas que sejam classificadas como brinquedo sexual desde que facilmente identificáveis assim que se abra o papel de embrulho. Isto pode ser considerada uma boa prenda e passa bem a mensagem à vossa mais que tudo/amante/mulher/namorada/amiga colorida/gaija para cuja espinha querem saltar de que a querem e querem experimentar tudo com ela e isso, parecendo que não, é very hot and exciting...

HOJE É O DIA!!!

Parabéns, Tubarão Lindão! Que tenhas um dia fantástico.

E, lembra-te: Pessoal Marinho não envelhece. Pessoal Marinho refina!

O RESPONSÁVEL MÁXIMO DO FMI FOI DETIDO, HÁ POUCO...

E eu podia fazer uma resma de piadas com a dicotomia FMI/Acusações, que podia... Mas têm sorte que eu, hoje, é mais bola.

FAÇAM ATENÇÃO QUE VOU ESCREVER SOBRE FUTEBOL!

O futebol está para mim como as novelas. Das telenovelas só lhes vejo os últimos 2 ou 3 episódios. Dos jogos, em geral, vejo-lhe os últimos 10, 15 minutos.

Eu até gosto mais de futebol do que de novelas mas em ambos os casos nunca me lembro que estão a dar. Vocês sabem que sou distraída e sou. Já me lembrar de me levantar de manhã, é uma sorte quanto mais a que horas dão estas coisas.

Temos então que apanhei os últimos minutos do Braga-Sporting. A genética dizia-me que queria que o Braga ganhasse. Não aconteceu. A genética também me dizia que devia ganhar os 123 milhões do euromilhões esta semana e foi o que foi.

Vai daí, temos os lagartos em 3º lugar. Está-se bem (é um post sobre futebol, estou a usar linguagem condizente, tá?)! Desde que não nos passem à frente, eu sou gaija para aceitar, até com algum agrado, ficar com um lagarto nas costas! 

Façam de conta que vou falar de cozido à portuguesa!











Foto: Jorge Orca


O sexo está para mim como os cozidos à portuguesa. Dos cozidos sou capaz de comer na boa dois ou três pratos. Do sexo, em geral, aprecio-lhe desde as entradas até à sobremesa mas gosto particularmente dos últimos dez, quinze segundos.

Eu até gosto mais de sexo do que dos cozidos à portuguesa mas em ambos os casos acho que está sempre a dar. Vocês sabem que sou voraz e sou. Já conseguir evitar repetir as doses é uma raridade quanto mais dizer que não a alguma dessas coisas.

Temos então que almocei um cozido à portuguesa hoje. A genética diz-me que se pudesse ter dado antes uma queca nem hesitava. Não aconteceu. A genética também me dizia que devia ter ido dar uma trancada com a Angelina Jolie (até podia ser um bocado depois do cozido, para não me parar a digestão) e é o que é.

Vai daí temos as passarinhas em primeiro lugar. Come-se bem (é um post sobre sexo e cozido estou a usar linguagem a condizer, tá?)! Se não quiserem que eu fique logo por detrás, sou gaijo para aceitar, até com algum agrado, ficar noutra posição qualquer! Até pode ser em cima da mesa, de preferência depois de tirar a louça...

SE CALHAR, FALAVAS SÓ MESMO DE SEXO, MENTE MARIA...

E, principalmente, deixavas de acabar posts sérios com expressões na língua espanhola...

EM ROMA, HOJE, SÊ DE OUTRA CIDADE QUALQUER...

"He frightens the peasants, depresses businessmen…"

Foi esta a explicação que o Governo Italiano deu para a proibição da publicação das previsões para Itália de Raffael Bendandi. 

Raffaele Bendandi nasceu em 1893 e morre quase um século depois. Apaixonado por astronomia e geofísica, desenvolve ao longo da sua vida a teoria de que o movimento das placas tectónicas e, consequentemente, todos os terramotos estão relacionados com o alinhamento dos astros.

Ficção ou realidade, o facto é que Raffaele previu os terramotos de Marsica de 1915, de Senigallia de 1924 e o abalo da Ásia em 1931 com tal precisão que Mussolini o proibiu de publicar previsões para o território Italiano com base na justificação acima.

Quando morreu, diz-se que Bendandi queimou as suas previsões e cálculos e que tudo o que sobrou foi um papel com '2011' e '2012' escritos. Os arautos da tragédia logo arranjaram uma desgraça para acompanhar as datas. Começou então o rumor de que a 11 de Maio de 2011 iria haver um terramoto tão forte que Roma seria varrida da face da terra. A própria Fundação Raffaele Bendandi desmente a existência de tal profecia, mas os romanos não estão para arriscar.

Crentes ou não, hoje, à cautela, cerca de 20% dos habitantes da cidade meteram férias e saíram da cidade. Verdade dou mentira, uma grande percentagem de lojas fechou para 'inventário' ou 'festividades'.

À cautela, hoje em Roma é melhor não ser romano. É que ninguém crê em bruxas, pero que las hay, hay...

*A imagem mostra o alinhamento das constelações, hoje, pouco antes do nascer do sol...

ATÉ POR QUE A MINHA LINHA EDITORIAL DITA QUE EU SÓ ESCREVA SOBRE SEXO!

Quer-se dizer, apanham um gaija debilitada e bué de drogada e vá de especular sobre Exocoetus volitans e sobre Ciconia ciconia?

Só por causa disso, vou fazer como o outro: não confirmo nem desminto antes pelo contrário!!!! Ou isso ou o clássico: "Não sei / Não respondo!"

Todos os nomes

De cada vez que nos apareceu um cão à porta, e foram algumas,  passámos a ter um cão, ou mais um cão, e o cão passou a ter dono e nome. Foi assim com o Tiggy, o Goma, a Preta, a Magda - parece que lhe chamavam Skank, como a banda, mas era tão burra, grande e desastrada que eu chamava-lhe Magda como a do Caco Antíbes - o Sebastião de má memória e até o Relvas que se não apareceu à nossa porta apareceu a outra e foi lá parar.

Agora não temos cães mas assim que aqui nos instalámos ele começou a aparecer por cá. Primeiro só lhe via os pêlos nas almofadas das cadeiras do alpendre mas uma manhã deu-nos a honra de se mostrar e por uma porta esquecida aberta entrou-nos casa a dentro e saltou-me para cima da cama como quem diz, querías-me ver estou aqui mas estou também no ir, bom dia e passa bem. É grande, gordo, amarelo e tem um rasgão numa orelha que lhe atesta o mau feitio. É raro, muito raro, aparecer durante o dia mas de vez em quando, sempre já noite feita, encosta-se aos vidros das portas do jardim e pede para entrar ou, se vem mais fino, faz um escarcéu na porta principal até que alguém o oiça e a vá abrir. Não pede comida, bebe leite e só quando lhe apetece, mas vem ao mimo. Instala-se nos sofás, roça-se nas nossas pernas, vira-se no chão para lhe fazermos festas na barriga e tenta, tenta sempre, apanhar a porta do meu quarto aberta e bater uma sorna em cima da minha cama. Nunca fica muito tempo e assim que está satisfeito pede com pouca delicadeza que lhe abram uma porta e sai disparado para desaparecer por mais uns dias.
Ontem foi dia sim e eu tinha uma surpresa à espera só que o sacana é desconfiado e assim que viu na minha mão uma bisnaga mínima mas que não devia lá estar defendeu-se bem e não fosse eu ligeiramente mais pesada e mais teimosa não tinha conseguido besuntar-lhe o pescoço com o anti-parasitante, um gato ainda vá mas um porta aviões de pulgas e carraças dispenso bem.
Não gosto de gatos, nunca gostei de gatos, ou por outra, gosto de cães e sempre gostei de cães mas este sacaninha vadio está a começar a amolecer-me apesar de não ser a dona dele e de ele não ter um nome. Um gato não é como um cão e não se vende por comida nem aceita de ânimo leve ser baptizado porque sempre que lhe arranjamos mais um nome ele olha-nos com desprezo e manda-nos ter juízo mesmo sendo um deles um nome cheio de pergaminhos blogosféricos.
Depois da guerra de ontem apostaria que tão depressa não me voltaria a aparecer por aqui mas os bichos gatos não são afinal tão diferentes dos bichos homens e apesar de continuar o todos os nomes, vadio e sem donas, hoje apareceu mais cedo e mesmo tendo-se instalado perto da porta para apanhar o fresco da noite que entra pelo mosquiteiro já percebeu que quem manda é a gaija e pelo que parece gosta tanto disso que voltou mais depressa para casa.
Eu? Eu não lhe ligo nenhuma porque ele pode ser gato vadio mas eu sou gaija sabida e ainda há-de vir quando eu quero, nem que lhe chame Todos os Nomes.

Hinos aos deuses, não, os homens é que merecem, que se lhes cante a virtude, bichos que cavam no chão, actuam como parecem, sem um disfarce que os mude*

Em Setembro de 2001 eu vivia numa pequena cidadezinha de província que se andou agora nas bocas do mundo porque o miúdo da casa do lado usou um saca rolhas quando já lhe tinha saltado a tampa, na altura era só uma terra chata e desconhecida com um nome chato e comprido. Por ali pouca coisa acontecia digna de nota e o único sobressalto vivia-se quando tocava a sirene dos bombeiros e parávamos por momentos para lhe contar os toques, um para acidente, dois fogo fora, três fogo na terra, curiosidade satisfeita e lá caiu mais um boi num poço, está um silvado a arder ou a frigideira da sardinha aqueceu demais.
Foi lá, muito longe de Nova Iorque e muito antes de Cantanhede lhe ter aparecido nas notícias dos jornais, que eu vi os aviões e as torres e as mortes e foi lá que a minha filha mais nova acrescentou uma palavra diferente às muitas que os três anos de vida já lhe tinham ensinado - talibã.
Os talibãs, os homens maus, entraram-lhe imaginação a dentro e povoaram-lhe os pesadelos e mesmo lá, longe muito longe dos mapas do medo, longe muito longe dos olhos da Al Quaeda, naquela terra chata onde nada acontecia, no dia em que viu a igreja de paredes picadas e coberta de andaimes agarrou-se à minha mão e quis saber se também tinham sido os aviões a fazer aquilo.
Lembro-me muito bem de quando eu era criança e sei que há memórias que resistem à lógica e ao tempo portanto consigo perceber perfeitamente que ela agora, do alto, muito alto, dos seus 13 anos me diga que nunca conseguiu deixar de pensar no bin Laden como um homem enorme, de barba comprida, que pegava em aviões com as mãos e os atirava contra prédios para matar pessoas e percebo também que no dia em que soube que ele morreu, ou que o mataram, o mundo dela tenha ficado menos assustador e tenha dado vivas por isso. O monstro que lhe fazia medo tinha finalmente sido destruído e se era um homem também, e se um homem morreu, isso não lhe tirou o sorriso da cara porque ali, naquele momento, ele era só o que tinha escolhido ser, ele era o pesadelo, ele era a ameaça que chegava tão longe como longe era a igreja entaipada, ele era o bicho papão.
Agora, depois do alívio, podemos voltar todos a ser civilizados e podemos discutir ad eternum a justiça daquela execução e a falta de compaixão de quem festeja a morte de um homem mas isso em nada diminui a nossa humanidade, confirma-a e acrescenta-a.

Não sei se este vídeo é fabricado mas se o é aquele soldado deveria receber um Óscar porque em poucos segundos foi o Homem, foi todos os Homens, fui eu também.

Coisinhas que já me fizeram feliz

Se um desconhecido te oferecer sexo virtual isso não deve ser impulse.

Se um desconhecido me tentar saltar para a cueca eu percebo e até posso dar um jeitinho, se um desconhecido me tentar saltar para o disco rígido eu mando-o brincar com o seu próprio html em menos de um bit.

Das cartas Dear John e de como o que é preciso é engolir a pastilha e digeri-la depressa

Já lá vão uns anos valentes ou, pelo menos, já lá vão os suficientes para a história poder ser contada e o arquivo aberto ao público. O princípio é simples e mais vulgar não há, gaijo conhece gaija, gaija conhece gaijo, gaijo e gaija apaixonam-se e vivem felizes. Para sempre? Para sempre não, para sempre é muito tempo e ninguém tem tempo para esse tempo todo, vivem só felizes até um deles ir embora e, nesta história, foi ele. Saiu assim, de sopetão, num dia sim no outro não e deixou-me como todos ficamos nessas alturas de fim do mundo, de coração partido, a chorar baba e ranho e ranho e baba e a ler, vezes e vezes e vezes sem conta, a cartinha Dear John que teve a amabilidade de me mandar. Uma carta linda, uma carta que agora me faz pensar que tudo está bem quando acaba bem porque se o tal tempo que passou já me esbateu os contornos de quem a escreveu o que ficou escrito relembra-me que o amor deve ser mesmo cego porque eu, na plena posse das minhas faculdades, nunca choraria baba e ranho e ranho e baba por alguém que escreve uma cartinha assim:
Querida Teresa
Quero que saibas que nunca ninguém me deu tanta coisa com a qualidade de tantas coisas que tu me deste. Nunca o esquecerei e, por isso mesmo, guardarei sempre de ti uma imagem resultante do tanto que trocámos: ternura, entusiasmo, esperança, descoberta, amor, entrega, loucura, excessos, lágrimas, zangas e apaziguamentos e tanto, tanto mais..... Fica a imagem duma pessoa TOTAL, GENUÍNA, REAL! Fica a infinita ternura! Nunca te esquecerei. Quanto a mim, desisto! Sabia que serias a minha última oportunidade de encontrar "aquela" felicidade ao lado de alguém. Mesmo que não o soubesse já, sei agora que, depois de te ter conhecido, a fasquia ficou muito alta. Condenaste-me a ser feliz sozinho. 

E eu chorei e chorei e chorei. Depois de ter chorado um dia inteiro e mais uma noite, é choro mais do que suficiente, percebi que só iria engolir a afronta quando pusesse o palhaço no sítio e trocasse as lágrimas pelo riso abrindo um novo tempo. E assim começou o tempo do mãos à obra. Passei a chamar-me Luiza em menos de um ai e mandei a Luiza fazer a ronda das capelinhas virtuais por onde eu sabia que ele iria andar. Encontrei-o rapidinho, é fácil caçar quando se conhece bem a presa, e mais depressa ainda a Luiza chegou à fala com aquele que, 24 horas antes, eu Teresa tinha condenado a ser feliz sozinho. Durante uma tarde inteirinha trocámos patetices num bom e velho chat e quando a noite desceu nem uma lágrima já se atreveria a incomodar-me. A pastilha estava engolida, faltava a estocada final para a saber digerida. Pus a minha letra mais fofinha e queridinha e honestinha mandei-lhe um número de telefone e pedi para me ligar. Ligou.
Olá, Luiza.
Não sou Luiza, o meu nome é Teresa, estás bom?

Ainda hoje tenho nos meus ouvidos o som de uns tomates a caírem do outro lado do telefone e a esborracharem-se no impecável chão de mármore.

Quando, de vez em quando, dou por mim a pensar que estou velha lembro-me de tudo o que a vida me ensinou e de como sou muito mais feliz assim. Uma cabra, claro.

(Disclaimer: O tipo não lê este blog, o tipo nem deve saber deste blog porque nem eu seria tão cabra assim...)

Happy birthday, Mr. Clooney

No dia dos seus 50 anos ofereço-lhe um pequeno texto de um tal Luís Fernando Veríssimo.
Não conhece? É um homem sensato .

O Verdadeiro George Clooney
Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney. Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney. As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance. Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição. É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes! Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.
Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo. É solteiro, portanto, claro, gay. Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftã bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu. George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras. É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi O Pequeno Príncipe ou O Grande Gatsby. Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando. Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local. E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.
É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias. Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo. Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste. Sabem que George Clooney e suas exilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.
Além de tudo, tem seborreia e é Republicano.
Passe adiante.
Tirado daqui onde cheguei por aqui 

E QUANTOS LEVAMOS PARA UMA CAMA?

A não ser que sejamos adolescentes ou crianços pikenos, todos carregamos connosco uma bagagem emocional que pode variar de peso consoante a pessoa mas que existe sempre.

Quando entramos numa relação nós levamos essa bagagem connosco. Abrimos a mala de porão e retiramos todas as experiências passadas. Fazem parte de nós. Estão entranhadas no nosso ser e influenciam sempre o/a senhor/a que se segue. Uns podem entrar em pânico com viagens porque já alguém lhes morreu numa. Outros podem ter insónias porque já alguém os deixou a meio da noite de pijama e peúgos e tudo. Pode haver quem tenha medo de se envolver porque teve uma relação obsessiva. Há ainda quem possa ter medo de se entregar por se ter desiludido. Há para o menino e para a menina. É como na farmácia: há de tudo e ao gosto do freguês. 

Quando chega a altura de levarmos a nova relação para a cama (no sentido bíblico da coisa). E aqui, além da bagagem, levamos todos aqueles com quem dormimos antes. Quem somos na cama, é o resultado de todas as experiências que já vivemos. O beijo do Rui, a mão da Joana, o toque do João, a língua da Maria... Quando entramos, pela primeira vez, na cama de uma nova relação, levamos tudo o que aprendemos antes e sabemos agradar àqueles com quem antes estivemos. 

E depois há a hora das comparações. Quem nunca comparou que atire a primeira pedra, sim? Quem nunca comparou cheiros, sabores, toques, tamanhos e técnicas, que fale agora ou se cale para sempre.

Basicamente, quando entramos numa cama, pela primeira vez, com a nova relação levamos a expectativa da novidade daquela pessoa com quem nos deitamos agora e todas as pessoas com quem dormimos antes. 

A questão é: quantos deixamos que fiquem nessa cama todo o tempo? É possível, a nível inconsciente, expulsar todos os que estão a mais? Ou estaremos condenados a uma orgia mental eterna?

MÁXIMAS DO CURRAL - 1

Quem fode minha amiga, meu amigo é.



*E está criada a nova rubrica do Cabra. E aquele fode é literal, tá?

Coisinhas que é sempre bom lembrar...

INCUMBE-ME A COXA DE FAZER A SEGUINTE COMUNICAÇÃO:

Ritmargarida,


A Chefa deste Curral está, neste momento, a correr em direcção aos CTT para ir buscar a tua encomenda.

Falará contigo após o levantamento da coisa!

Fim de Comunicação.

Esclarecimento

É so pa dizer que o post abaixo funcionou por 3 horas.

Clonagem

Fixe.... consegui a clonagem santifica. Ganda Blog, mais um cadito e temos a ladainha.

Quem fala assim não é gaga

Mess with me and I can handle it. Oh, yes, I can...
Mess with my friends and I will hunt you down, kill you and bury you where nobody will ever find you!
Consider yourself warned and have a nice day.
                                                                               
                                                            -  Peixa in Aviso Público

AS GRANDES DESCOBERTAS DA CIÊNCIA SÃO SEMPRE OBRA DO ACASO

Temos então que a minha amiga depois de ser informada acerca dos cms que compunham o membro do gaijo que lhe cativava a atenção, chega a casa e agarra numa régua (ela não tem assim uma ideia muito exacta das medidas). Acontece que a régua era do seu filho (moço pikeno). Impressas na régua de 15 cms, estavam 3 imagens do Winnie the Pooh.

Palavras sábias saíram da sua boca: "2,5 Winnie the Poohs... Certo..."

E assim foi criado o sistema moderno de medição de pilas: os Winnie the Poohs ou, em abreviado, os WP's.

1 WP = 5 cms

SHARK... SHARK... SHARK...

Lamento ser eu a portadora das más noticias... Mas a tua informação está desactualizada, meu querido... 

E eu pergunto a vocês próprios...

Alguém sabe o que é um "bráulio"?

Pergunto a mim própria..

...se serei cabra o suficiente.

EU TENHO UMA AMIGA...

Atão anda uma gaija há não sei quanto tempo - que vocês até sabem quem é e sabem que é recatada - absolutamente perdida de pensamentos obscuros e de cariz profundamente sexual com uma criatura, ao ponto de estar quase a auto-entitular-se Betty Boop de tanta pestana que bate e tanto pezinho a dar a dar. Tão perdidinha que passa quase por um ser doce e angelical de tanto mel que destila e acontece-lhe uma destas?
Não, não é que ele a despreze e desdenhe, não. Bem parvo seria, em abono da verdade. Nada disso. Todo ele é charme e eliminação da concorrência e marcação de território. Assim tipo Macho Alfa mas em mais agressivo, estão a ver?
 
E posto isto, claro que não vêem o problema, não é? Pois também ela não vê que não a deixam...
 
Basicamente, anda uma gaija a seduzir e a ser seduzida por um ser pra lá do seu metro e noventa, e com o arcaboiço a condizer com a altura, para ele lhe dizer com voz pesarosa que isto é muito bonito e tal e rebéubéu pardais ao ninho mas sexo que é bom, não. Não alcançaram, pois não? Eu explico... Vocês sabem que a Peixa explica sempre. Até porque também lhe explicaram a ela, que é como quem diz, à amiga dela...
 
Não é que ele não queira. Ou, pelo menos nada nesse sentido foi dito. A questão é que ele não a quer desiludir. E porquê? Perguntam vocês absolutamente baralhados. Como eu vos entendo... Porque, segundo as palavras do próprio (sim, e aqui vocês vão perceber ao ponto a que uma mulher chega e as coisas que tem que ouvir), nada pode haver entre eles porque ele tem... how can I put it gently?... A pila pikena?
 
E a mim (porque sou pessoa muito solidária, como sabem) só me apetece dizer umas caralhadas daquelas valentes. É que das duas, três:
 
a) efectivamente, é verdade e aí vou ter que fazer uma sondagem prolongada  sobre o que é XS, S, M, L, XL e (God be praised) XXL;
b) ela está a levar a tampa mais bem arquitectada da história das desculpa Dear John;
c) só encontro gente louca na minha vida e tenho que repensar seriamente as minhas companhias.
 
Não sei se se deram conta que nenhuma das alternativas é boa?
Qualquer ideia é benvinda... Dasse...
 
(Já posso começar a recitar o dicionário de vernáculo ou ainda tenho que esperar mais algum tempo?)

1º de Maio

Hoje é o dia do trabalho de parto.

Essencial no dia de hoje

PREMISSA
"É muito mais fácil escapar à fúria dos ayatollahs que ao afecto de uma mãe." 
                                                                      SALMAN RUSHDIE

A maternidade, na ordem do tempo, é a segunda profissão mais velha do mundo.
Entre os muitos males necessários para que a vida continue, a mãe é o número um: a existência não é concebível sem ela.
É capaz de amar-nos com tanta abnegação que nos fará sofrer de carências afectivas.
Mãe há só uma. Tem de ser! Duas não seriam compatíveis com a sobrevivência.
(...)

Frutos de uma experiência de engenharia genética, somos a realização imperfeita de um sonho perfeito. A mãe afadiga-se para que o resultado condiga com o projecto. É através dela que o processo evolutivo avança ao longo dos séculos.
É assim que, entre afagos e bofetões, progride afoita a civilização.