A seguir pega de caras


Este post não tem nada a ver com a questão dos tamanhos...


Verão Azul

Tinha saudades de um dia assim, cinzento, a cheirar a Outono.


Este foi o ano da praia. Há anos que não fazia tanta praia como fiz este ano. E tem graça este "fazer praia". Há pouco saiu-me outra, a "ter escritos". Expressões que já quase não uso e que hoje, talvez pelo cinza nostálgico, me têm saído como se fizessem parte do meu dia a dia palavreiro.
Mas fiz praia este ano. Fiz muita praia. Fiz o que nunca tinha feito desde que aqui cheguei - usei e abusei de mar e areia. Durante quase um mês alterei as minhas rotinas todas e estendi-me ao Sol e mergulhei nas ondas. Primeiro com aquele colete ridículo que me deixava a flutuar como se nunca na vida tivesse dado uma braçada ou furado uma onda, depois com a velha bebedeira da liberdade de nadar no mar. Era ali, é ali, que volto a reconhecer o meu corpo, que me sinto de regresso, que esqueço o balançar que a terra me dá como se velha marinheira fosse. É na água, no mar, que volta a miúda que tem andado fugida de mim, que sinto que reencontro a minha graça perdida, que esqueço, por longos momentos ou curtas horas, a neura que carrego há meses. Quatro, quase.
Fez-me bem fazer praia. Ou espero que tenha feito. Não fechei o negócio fantástico (filho da mãe do estupor do gajo), a fossa continua entupida, a perna coxa, o meu portátil sem funcionar, a conta do banco quase a zeros, mas tenho muita praia feita. E fazer o que quer que seja, mesmo que praia, é sempre acrescentar algo de novo ao antes e este ano acrescentei-me com um imenso castanho bronze, com todo o sal que lambi da pele e que me soube pela vida e com recortes de tempo de Sol para os dias, cinzentos como o de hoje, que não tarda vão chegar.
Este ano, este Agosto, voltei a fazer praia. E soube-me bem. Muito bem.


Da série "Vacas" (II)


Paris Hilton (vocês sabem o que eu quero dizer...)
Foto: Visconde de Vila do Conde

Da série "Vacas" (I)

Amy Winehouse (não se aguenta de pé)

Foto: Visconde de Vila do Conde

A jóia da coroa

Quando me dizem que o tamanho do pingente é uma grande questão da humanidade, a minha alma pasma! Por acaso não me lembro de um gaijo que não tenha colocado a questão (lembro, lembro, mas isso agora não interessa nada…), e de alguma forma ter abordado o tema da satisfação feminina face àquilo que mede, segundo eles, entre trinta e cinco e quarenta centímetros. Como referi há mais de um ano, o tamanho da papelada não é de suma importância, e qualquer gaija que diga o contrário mente ou come com os olhos. De facto, o mais elementar conhecimento da nossa anatomia deveria bastar para vos sossegar. Há algum estudo científico que vos diga que temos espaço para albergar o colosso de Rothes? Não há! E as terminações nervosas, sabem onde estão? Não, não ficam no estômago e se era aí que pretendiam chegar, garanto que não vale a pena. Mesmo que no meio da trongalhonguice se opte por outras brincadeiras (chamemos-lhes assim…) atingir o diafragma não deve ser, de todo, um objectivo! Acho que já me fiz entender…
A verdade, é que qualquer penduricalho com dez centímetros bastaria. Vamos até aos doze, pensando nas gaijas que medem dois metros e trinta, pronto! Tudo o que for além está a mais e a cirurgia devia ser considerada.
Pois é, Tubarão, no empenho e na dedicação é que se distingue uma boa de uma má sesta (não posso estar sempre a escrever trongalhonguice!), e como diz a Peixa “o fantasma do tamanho vive no sotão das vossas cabecinhas”. É o vosso ego quem nos suplica que façamos constantes apreciações favoráveis sobre o dito. Por nós, nunca nos lembraríamos de proferir tal consideração.
As meninas dos filmes das abelhas gemem por um de dois motivos: ou pensam no fantástico duchese cujo chantilly está a derreter e o gajo não se despacha… ou o gajo tem os tais centímetros a mais! Pensem nisso…

PLANETA DOS MACACOS

O meu ilustre colega, lá mais abaixo, botou um post sobre ‘size matters’. Quem lê o texto (exímio como sempre, by the way), fica com a nitida sensação de que as mulheres valorizam e dão uma importância vital ao tamanho do membro sexual masculino.

Cabe-me a mim a inglória tarefa de elucidar o nosso público do sexo forte (Não, não são vocês, Gaijas! Vocês já sabem! Tou a alimentar o egos dos senhores!) acerca da falácia (o que eu gosto desta palavra) desta convicção.

Não vou ser hipócrita ao ponto de vos dizer que algo do tamanho de uma pilha AAA (mesmo uma AA) é coisinha que nos agrade, que não é. Eu ouvi falar de casos de meninas que quase morreram de susto ao ver tamanha miniaturas e tiveram depois desempenhos dignos de Oscar durante o acto. Mas não me parece que fosse disso que falasses, Shark. Referes, inclusive, “qualquer gajo com uma pila pequena ou mesmo de dimensão normal” como sentindo-se inferiorizado quando confrontado com um amigo dotado de instrumentos mais majestosos. E é aqui que eu quero chegar. O fantasma do tamanho vive no sotão das vossas cabecinhas (As de cima! Vá… Upa… Para cima…). Quando uma mulher se sentem interessada por um homem, em momento algum pensa no tamanho da pila dele. Não pensa nisso (ponto). A não ser quando está olhos nos olhos com o ‘bicho’, mas aí logo se vê. Enquanto vocês vivem obcecados com a copa do soutiens delas, elas não consideram o tamanho do vosso membro na altura da corte. O que tem explicação antropológica e eu entendo isso. Até porque acho que o género masculino vive ainda muito apegado a instintos básicos e é muito mais simples do que o feminino que vive há milénios a lutar contra a sua condição natural originária tentando contrariar aquilo a que estava destinada. Isso fez com que esquecêssemos ou fizéssemos por esquecer muitos dos nossos instintos primordiais. Ora, isso faz com que os homens ainda pensem em termos de “sou maior portanto posso apanhar os frutos que estão mais em cima nas árvores” ou “sou mais forte, caço mais animais ou de maior porte” ou ainda “a minha gaija tem mamas maiores, dá mais leite para as criancinhas ou tem ancas largas é melhor parideira”. Tudo isso que fazia deles homens melhores continua a ecoar no seu cérebro, daí a vossa obsessão com tamanhos. Daí a vossa obsessão com a comparação com o vizinho do lado porque durante milénios vocês tinham que ser melhores do que eles para poderem sobreviver. Nós não. Por amor de Deus, vocês acreditam mesmo que as mulheres ficavam impressionadas com o tamanhos do javali que traziam para a caverna? Dahhhh… Massajavam-vos o ego para que continuassem a caçar. O tamanho era apenas importante na medida em que satisfizesse as necessidades do agregado familiar. Até porque se o javali fosse grande demais era uma chatice que não havia onde o enfiar. Get my drift? É transpor para pilas (ou mesmo para orgasmos fingidos) (e que bom tema que este também é) que vocês são todos inteligentes, ok? Se estou a falar a sério ou se vos estou a massajar o ego? You’ll never know…

Pontos a reter:

1) O tamanho é importante para vocês (com a ressalva das pilhas AAA ou AA). A nós desde que seja dentro dos parâmetros normais e faça pela vida e nos satisfaça, não nos verão de fita métrica em punho.

2) Se querem satisfazer uma mulher, preocupem-se menos com centímetros e mais com outras coisas, meus amigos! O quê? Isso é post para outro dia porque isso, meus lindos, é, definitivamente, a horse of a different colour!

Ainda não sei se é hoje...

... que acaba o Ramadão.

O meu.

Das férias

E, de repente, dou conta que os meus dois realizadores favoritos acabam de estrear filme novo. Os dois, ao mesmo tempo, estas coisas de ter que fazer escolhas está sempre a acontecer-me, é uma maçada, eu bem me esforço por não ter que escolher, mas, sendo quem sou, ainda assim, não desenvolvi os poderes que transformem a minha vida numa autoestrada sem escolhas, sempre a direito, Tarantino e Tim Burton, ao mesmo tempo, não sei se vos consigo transmitir a intensidade dramática do momento, eu a hiperventilar, o calor da tarde de Paris a provocar aquela neblina que me impede de pensar (o fresquinho da manhã também não me ajuda nada nisso de pensar e então o breu da noite é absolutamente impedititivo), Tim Burton ou Tarantino?, eu a ter que me sentar para me focar, a angústia da escolha a latejar, as sirenes cada vez mais próximas, a pequena multidão que forma um semi-círculo e me dá água com açúcar, as ordens para que me deixem respirar, a questão "Burton-Tarantino" a ecoar nos meus ouvidos, e, de repente, a luz, a resposta certa, a única solução possível que me aparece, clarividente, a tensão a baixar, o mundo a ganhar de novo as suas cores, a solução. Fui ver os dois.

Fotos: Visconde de Vila do Conde

De volta a casa

Foto: Visconde de Vila do Conde

ABC DA SEDUÇÃO

Uma gaija decide-se a passar algum tempo com a sobrinha 'peferida' e compra 2 bilhetes para o cinema disposta a proporcionar-lhe uma tarde de gaija. Uma comédia romântica com uma actriz na berra. Toma-se especial cuidado a verificar a idade recomendada para o filme - 12 anos. Tudo verificadinho.

Pega-se na ganapa, bota-se a ganapa no carro, adentra-se o cinema e 3 minutos (mais coisa menos coisa) temos o Gerard Butler a dissertar sobre o que os homens querem das mulheres. Até aí tudo bem, que até podíamos considerar a coisa como didáctica. O questão é que o moço (muito bem apessoado, diga-se de passagem) considera que no primeiro lugar da lista de desejos de um homem está... Broche! Eu, aí, senti-me desfalecer. 'Agora é que a mãe dela me mata!' Não contente com isso, o senhor decide acrescentar ainda que as mulheres não se devem esquecer de 'swallow'. Eu aí percebi que aí é que a mãe me matava, porque pelo broche só me deixaria incapacitada. Entrevadinha, vá...

A coisa até não piorou. A miúda aprendeu umas coisitas que, definitivamente, a mãe não lhe vai ensinar porque são aquelas coisas que as mães não ensinam (são sempre as tias porreiraças), ficou a saber porque é que os homens acham que as mulheres fazem bem em fingir (eu nesta altura, já estava mesmo a pensar enfiar-me debaixo do banco) e eu, miraculosamente, sobrevivi .

Terminada a sessão, vamos furar as orelhas. Ela queria furar as orelhas, eu disse-lhe que fazia mais um furo na orelha direita para dar o exemplo (sim, pensei em ti, Bruce, mas isto é o máximo que eu consigo, juro). Ainda tenho as mãozinhas roxas da força com que ela as apertou mas ela anda para ali toda pimpona com as orelhitas enfeitadas e eu, que ainda tinha pensado que ía fugir com o rabo à seringa (ou com a orelha à pistola) nem tive tempo de pestanejar que a senhora da ourivesaria não esteve com meias medidas e antes que eu conseguisse dizer 'ouça lá', terminou o serviço. "E rodem os brincos durante 15 dias e desinfectem com betadine ou água oxigenada" e adeus e um queijo.

Eu não sei se ela gostou, mas eu gostei, embora eu tenha aprendido que que no que toca a relações entre homens e mulheres, a verdade dói (como se a malta ainda não soubesse...) e que ela desconfia sempre de tudo o que vem de mim porque eu não sou de fiar. Onde é que ela aprenderá/ouvirá estas coisas?

Claro que não falo por mim...

Se perguntarmos a qualquer mulher quais são as coisas que aprecia mais num homem é certo e sabido que irá enaltecer um conjunto de atributos de natureza psicológica e comportamental, podendo até algures referir aspectos físicos como o charme ou o desenho bem torneado dos abdominais. Mas dificilmente nos deparamos com a sinceridade de referirem de forma espontânea o tamanho da pila como um argumento de peso nas suas apreciações.
No entanto, são raras as mulheres que desmentem o pressuposto de que size matters quando confrontadas de forma directa com a questão.

Os homens, regra geral, convivem de forma complicada com a fita métrica estampada nos olhares femininos. É inevitável que nos sintamos constrangidos quando percebemos essa avaliação a olho, sempre receosos de uma constatação a que fugimos como o diabo da cruz.
Desde tenra idade aprendemos a conviver com essa realidade inolvidável que pode tornar-se um tormento quando percebemos que os há com pilas maiores do que a que a natureza nos concedeu. Sentimos quase como um factor determinante a questão do centímetro a menos na masculinidade que nos instam a provar a todo o instante, deixando para segundo plano tudo o resto que nos caracteriza (inclusivamente a maior ou menor capacidade para o manter em pé).
Aliás, a receita infalível para nos destroçar a virilidade é precisamente o olhar desconsolado ou, ainda pior, a menção sincera e directa à dimensão exígua do nosso membro viril.
Qualquer homem confrontado com essa experiência traumática sentirá dificuldade em reprimir um olhar de esguelha para os instrumentos dos parceiros de ocasião no urinol e haja quem me desminta neste pressuposto...

De resto, sempre estranhei a fixação da maioria pelas mulheres virgens até enquadrar a coisa nesta questão do tamanho. Realmente, um gajo que goste de sexo só pode querer virgens para assim evitar o papão dos termos de comparação que o inferiorizem. É muito competitiva a atitude dos machos nesse particular e ninguém gosta de perder num campeonato tão determinante para a felicidade do macho comum.
Claro que a maioria das mulheres, umas baris, tenta disfarçar essa desilusão como a sentem e até a desmentem com elogios forjados na sua bonomia ou na consideração que sintam pelo parceiro que lhes calha. Mas isso não invalida que nós gajos fiquemos sempre com a nítida sensação de que ficamos à mercê da sua capacidade de iniciativa para buscarem noutros melhor dotados a parte do consolo que nos é fisicamente impossível prover.
E isso explica, por exemplo, o sucesso a nível mundial dos enlarge your penis que enxameiam as caixas de email.

Resta a qualquer gajo com uma pila pequena ou mesmo de dimensão normal a esperança de que o seu maior empenho e dedicação possam de alguma forma compensar o tamanho que lhe falta para preencher o imaginário feminino nessa matéria, o mesmo fenómeno que deverá ocupar os medos e as inseguranças de uma mulher com mamas pequenas ou uns glúteos que quando apalpados nem consigam encher a palma de uma mão.

Tempo de viver

Complicado. Para mim é mesmo complicado conseguir fixar que aquela senhora é a prima do dono do café e é tia do rapaz com quem falámos ontem à saída do jardim. Aquele que tem a irmã na Suíça, que teve gémeos. Não te lembras? Não.
Das pessoas lembro, das relações parentescas não consigo. Acho complicado, para mim é complicado. E ali em particular deve ser mesmo pior que noutras zonas. A terra é pequena, no meio da serra, e quase toda a gente é prima, ou cunhada, ou compadre, ou tia, afilhada. Depois são os da terra e os que emigraram e os que voltaram e os que só no verão voltam e os que nunca foram mas por isso sentem que deviam ter ido e voltado.
É complicado, para mim é complicado, ou então sou eu, que como sou de fora não tenho estas ligações. Afinal tenho, sou sobrinho. Aliás, segundo sobrinho. São tios da minha mãe. Ela é que é tia da minha mãe, tia directa. Ele é casado com a minha tia. Da minha mãe. Complicado, avisei.
Conheço as pessoas mas não sei relacionar entre elas quem é o quê a quem. Incluindo o Ti'Aniceto, de quem sinto mais a falta porque já não está lá onde sempre viveu.
Era mais simples porque era só Ti'Aniceto, sem ter de identificar os respectivos sobrinhos e restante árvore familiar. O Ti'Aniceto é daquelas pessoas que se sente a falta porque nunca se fizeram sentir presentes. A vida dele era simples. Depois de anos onde se consumiu nas minas de volfrâmio, estragando as mãos e os pulmões, o Ti'Aniceto "andava" por ali. Viúvo (provavelmente desde que nasceu, porque nunca soube de alguma saia na vida dele), partilhava alguma da vida doméstica com a irmã e o cunhado que viviam na casa do lado. A dele era inconfundível, era aquela das escadas, junto ao rio, a terceira de branco a caminho da represa. Casa onde, como ele gostava de dizer, lá tenho as minhas coisinhas e onde faço tudo. Para comer sim é com a irmã e o cunhado mas de resto é na minha casinha.
De Verão ou de Inverno acordava com o sol, e deitava-se com ele também. Não me parecia que mesmo que pudesse fosse grande fã de jacuzzis e coisas do género, nem simples banho de imersão sequer. De vez em quando um duche dava jeito, mas sentia-se mais próximo da celha grande que enchia de água fria e onde se encharcava de água e sabão, molhando tudo à sua volta num raio não desprezável, mas cujo resultado final era a limpeza de toda a área e depois tudo escorria para a "loja". O acordar cedo era um hábito antigo e que não se justificava agora, mas ele também não tentava justificar ou explicar porquês. Fazia a sua malga de sopas de pão e lá ia ele até à sua pequena horta, mesmo à beira rio, naquele espaço onde agora está o caminho marcado, aquele que vai dar à ciclovia.
E o seu dia era assim, passado ente a horta, pequena, mas de onde trazia quase tudo para casa e o arranjar comida para os animais que iam variando de ano para ano em género e em número. Curiosamente não tenho na memória referências do almoço, mas é inesquecivel a malga de sopa do jantar. Enorme. Nã, dizia ele, pá janta o que me sabe bem é mesmo a minha sopinha. Com pão claro. Às vezes um café. E já não havia sol, nada mais para fazer, e cama.

Este ano voltei de lá com a mesma sensação. Faltava o Ti'Aniceto. Apesar de já faltar há algum tempo acho que cada vez percebo melhor a falta que faz uma pessoa que quase não está lá naquelas horas de vida em conjunto habituais, aos serões, no ir ao café, no ir às festas de verão, uma pessoa que quase não falava se ninguém lhe dirigisse a palavra ou um aceno de longe. Como se sente a falta?

Ele estava lá sempre. Com uma calma e um saber únicos. Não gritava, não se irritava, não corria, não... Esta era a sua vida, tratar das suas coisas, sempre activo porque sempre havia que fazer, mas sempre sabendo que era assim a sua vida. E tinha a grande sabedoria de a viver e a aceitar e a dar a todos que se cruzavam com ele.
Este ano, sentado a olhar o rio, senti que sentia o mesmo que toda a simplicidade do Ti'Aniceto. Vivia dia a dia e feliz o seu simples e único tempo de viver.
Ti'Aniceto porque era tio de... Isso é complicado. Muito complicado. Em especial para mim e ali ainda o é mais porque a terra é pequena e todos são família.

PRÊT-A-PORTER

Toda a gente sabe que eu sou niquenta, embirrenta, mal-disposta, arrogante, mau feitio, peneirenta, com a mania que sou boa, etc, etc, etc, etc.

É tudo verdade, verdadinha. Eu nem me vou dar ao trabalho de negar. Portanto, se não me quiserem ver arquear uma sobrancelha com um trejeito reprovador, agradeço que evitem os seguintes despautérios (e vou-me dar ao trabalho de enumerar porque até sou amiguinha e porque o Tio Nito mandou umas garrafinhas de vinho que são pecaminosas):

1) Vestidos ou blusas cai-cai com soutien de alças. Oh minhas amigas, ou bem que têm mamas que se seguram sozinhas, ou bem que usam soutien cai-cai. Agora blusas cai-cai com a alça do soutiâme de fora, NÃO!

2) Vernizes escuros lascados. Vocês saem das vossas terras com a unhaca pintada de vermelho. Até aqui tudo bem. Totalmente a favor. Oh pá, toda eu sou unhas vermelhas e bordeaux e tudo e tudo e tudo. Ora, quem vem para esta terra, vem a banhos, certo? A bela da unhaca vermelha não se dá muito bem com os banhos. Ora se vocês estão cá 15 dias a banho, a unhaca já deixou 2/3 do verniz na praia ao final dos 3 primeiros dias, ok??? Há uma coisinha que se vende em todo o canto e esquina e que se chama acetona!!!

3) Calças de cintura descaída. Por si só, são já uma embirração de estimação. Acho que é coisa que não favorece 98% das mulheres que as veste, mas ok. Agora, meninas com um pneuzinho, façam-me um favor (e atenção que isto isto não é descriminação. Toda eu sou redonda, roliça e pneusosa!!!), não – com muito enfâse no Não – usem calças de cintura descaída! Não vos fica bem. O pneu fica pendurado, o rabo passa a vida de fora e vocês definitivamente não se sentem confortáveis, porque se sentissem não passavam o tempo a puxar as calças para cima!!!!

4) Verão não e desculpa! Não e desculpa para misturarem todas as cores e padrões e tecidos possíveis. Há uma coisa chamada ‘poluição visual’! Existe, acreditem que existe!!!

5) Crianças na praia. E este é muito sério e deixa-me varada, juro. Às 11.30, quando estou a sair da praia com o fedelho, vejo a excursão de paizinhos que levam os seus pequenos rebentos para a praia. Meus amigos, como diria a minha amiga Fi “ e se se fossem refecundar?” (ela diz mesmo com as letras todas mas eu ainda etsou em período experimental, portanto, vou ser comedida). Se querem dormir até mais tarde, vão à praia ao final do dia. Se querem ir de manhã, botem o despertador para tocar que é o que eu faço. Agora levarem bebés de colo para a praia aquela hora, quando estão mais de 35 graus à sombra, faz-me pensar que há penedos que caem nas cabeças erradas.

O ROCHEDO

Na praia Maria Luisa caiu um penedo e morreram 5 pessoas.

O povo diz que o a culpa é das entidades que nada fizeram para impedir a desgraça.

As entidades dizem que a culpa é das pessoas que prevaricam mesmo quando há avisos afixados.

O Instituto da Meteorologia diz que a culpa pode ser do sismo que ocorreu 3 dias antes da tragédia.

Toda a gente sabe que os sismos não casam, portanto quer-me cá parecer que o sismo vai morrer solteiro.

É só a mim que dá a impressão...

...De que alguém anda à espera do apelo da sociedade civil para dar o passo que já tarda?

THE HOLIDAY

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As crianças finalmente adormecem depois de horas de gritos e apitos e de jogar a apanhada pela quinta com fantasmas, morcegos e muitos monstros. Andam sujos, descalços e corados. Confraternizam com galinhas, coelhos e cães e comem fruta que apanham das árvores. O Peixinho andam literalmente no engate às 2 gémeas e eu que me aguente à bronca a ouvir coisas do género à hora de deitar: “Já me podes levar? Para onde? Para a cama das Princesas! Quero dormir com as Princesas!” A mãe delas que se oriente…

Nós passamos longas horas de dolce fare niente e neste preciso momento estamos cada uma agarrada ao seu computador. Modernices! Estarão os mais velhos a pensar no salão…

Comemos comida feita em forno de lenha, ao lado do lagar, na adega, e enchemos a barriga com tomates e pepinos e alfaces da quinta. O tio Nito enche-nos de vinho caseiro e de mimo e vê-se nos olhitos que gosta de ver as ‘meninas’ por ali e, principalmente, os ‘meninos’ das meninas. E eles não o largam e quando levam algum ralhete ou açoite é para o colo dele que vão carpir as mágoas e eles estraga qualquer projecto pedagógico que possamos ter na nossa cabeça ao consolá-los e a levá-los a passear para longe das megeras das mães.

Ao serão, com a canalha toda a dormir, sentamo-nos na cozinha. Eles queixam-se do calor que faz e eu vou buscar um casaquito que para mim isto é mais polo norte e fazemos projectos de grandes viagens que vamos fazer um dia e desabafamos os problemas que atravessámos no ano anterior. Trocamos as prendas que fomos acumulando no Natal, aniversários e outras coisitas que íamos vendo e que comprávamos umas às outras e aos miúdos. Sonhamos e eu acredito que a vida pode ser boa desde que nós o queiramos. A vida é mesmo muito boa. Nós é que gostamos mesmo de nos queixar. Nós é que nos esquecemos que o que faz a vida inesquecível são as pessoas e passamos tanto tempo da vida a negligenciá-las.

E amanhã de manhã, quando abrir as portadas do meu quarto, vou olhar o verde e pensar que por muito que sonhemos com viagens fantásticas ao Taiti, muito provavelmente acabaremos sempre por nos encontrar aqui, ou lá, ou na minha antiga rua em Paço de Arcos, ou à porta do Pavilhão Atlântico, mas será sempre tão bom quanto encontrarmo-nos no Taiti, no expresso do oriente, no Tibete ou nas Maldivas pelo simples motivo de que independentemente do onde seremos sempre nós.

A argola na carola

Ontem, por mero acaso numa película que observava distraidamente no âmbito de uma análise científica ou assim, dei de caras com a primeira pila com piercing que me entrou pela vista.

E confesso-me perturbado, ao ponto de ter que expurgar o desconforto numa posta.
Reparem, eu sou da escola clássica, a dos gaijos que tratam a sua pila como um órgão sensível e delicado (por isso até temos mais a preocupação de lavar as mãos antes do que depois de fazer chichi). Nunca me ocorreria sequer aproximar qualquer objecto de metal do dito cujo, quanto mais (arrggghhh) furá-lo, trespassá-lo, pendurar-lhe uma anilha que num dia daqueles bem azarados até pode prender-se num sítio qualquer...

Sim, a ideia é horripilante (passe a redundância) mesmo para quem não possui entre pernas um desses membros que no meu entender de usufrutuário devem ser estimados porque a vida são dois dias e tesão, feitas as contas, é só um...
Por isso me chocou aquela visão da argola pendurada mesmo na carola do coiso do bacano que protagonizava na altura um filme de acção ou algo parecido que agora me escapa. E não contente com aquele penduricalho no propriamente dito (outra redundância, eu sei), ainda ostentava uma outra ao pendurão na bolsa de acessórios!
Não é uma questão estética, que gostos não se discutem. É mesmo estupefacção por alguém ser capaz de entregar a sua piroca às mãos de um calmeirão barbudo que lho fure como se fosse uma orelha. E depois ainda ser capaz de lhe entregar o resto da cena para esburacar.

Desculpem partilhar convosco esta imagem desagradável, mas eu sou um homem muito sensível e estas coisas deixam-me assim, silly seasonado.

UP - ALTAMENTE

Ora na meio da minha agitada agenda…

Bolas! Acham que é fácil decidir se vamos apanhar sol nas costas ou na barriga? Se vamos ao mar ou se bebemos mais qualquer coisita? Se queremos chocolate ou baunilha? Piña Colada ou caipirinha? Já viram bem os trabalhos onde estou metida?

Como eu ía dizendo… Estava eu a caminho do que deveria ser decerto mais um happening na minha vida (tipo, sei lá… estender as toalhas de praia… descobrir os chinelos do Faísca… ou algo do género…) e passei pela televisão. Ora,  a minha pessoinha quando passa por uma televisão acesa tem aquele problema que a impede de não olhar, o que na hora do telejornal (agora já não se chama assim, pois não? Agora têm nomes chiques, diferentes em todos os 4 canais e depois toda a gente lhe chama ‘noticias’, não é?) não é benéfico para esta pobre cabecinha que já não é lá essas coisas.

E aí fiquei siderada e cheia de dúvidas existenciais. Foi de tal maneira que tive que interromper 2 ou 3 saltitos nos penhascos e vir aqui questionar-vos porque eu, de certezinha, não chego lá sozinha.

Dizia lá o senhor do quadradinho mágico que no Afeganistão foi aprovada uma lei que autoriza o marido a condenar a mulher à fome se se sentir sexualmente insatisfeito.

Parou tudo!!!! Estamos ou não estamos a falar de um pais onde a mulher não é perdida nem achada em termos de sexualidade? Estamos ou não estamos a falar de um pais onde o ‘às escuras e sem prazer’ é o prato do dia? Estamos ou não estamos a falar de um pais onde até existe a tal cenaita do buraquito no lençol que é para não haver muito contacto?

Se calhar, sou eu que vejo pouca televisão e não ando actualizada e as coisas mudaram e as senhoras no Afeganistão agora andam a ter aulas de dança do varão e de strip tease para apimentarem as suas vidas sexuais e os seus maridinhos andarem satisfeitinhos e elas terem direito a comida na gamela diariamente… Se calhar, é isso… Falta de televisão… É isso… Deve mesmo ser isso…

E aquilo mede-se como? Mais ou menos, salsichas com ovos? Upa upa, bife do lombo? Do camandro, venha daí o faisão? E é avaliado pelo Governo Civil? Há júri independente?

Meu querido diário

Ainda é hoje, não é? Deve ser, mas a vida é gira e fácil e gosto dela assim.

Ou não.
Ou sim.

Saí de manhã para despachar as coisas do costume. As miúdas ficaram em casa e atendi as quinhentas e vinte e duas chamadas delas enquanto tratava do resto. Hora de almoço passada a marcar o dia de amanhã que, pelo que parece, já é hoje. Passagem pelo shopping para resolver mais umas merdices e regresso a casa. As santinhas já há muito tinham devorado o frango com ervilhas que deixei no frigorífico e as toalhas de praia estavam devidamente dobradas no saco vermelho. Tirei o vestido de linho e enfiei o bikini preto e branco com a saia amarela às flores com que ainda estou. Na lancheira verde meti as caixas das carnes frias e o pão, na mochila as placas de gelo e uma garrafa de água. As bolachas foram para a minha saca. Recolhi sacos de lixo da véspera, pranchas que tinham ficado a secar ao sol e verifiquei se ainda tinha copos de plástico na bagageira. Miúdas finalmente no carro e ar condicionado no máximo que o calor é muito. Próxima paragem no tasco para comprar tabaco, ice-tea e sumo de maçã. Subida à colina verde e mais duas gaijinhas no carro. Chapada para decidirem quem ia à frente e viramos a Sul, direitas ao areal do costume. Todas as asneiras que conheço e mais as que inventei na altura quando percebo que a até ontem praia deserta está atolada de gente. Mergulho rápido (sim, já consigo nadar muito bem, dentro de água não sou coxa...) e regresso ao areal para ficar de plantão ao telefone. Peixa liga quase a seguir e por uns momentos passo a ser Catarina. Peixa chega à praia - sou Catarina, não sou? - e enquanto se instala engulo uma sandocha e um ovo cozido para quebrar o jejum. Mais uns mergulhos com a Peixa (a Peixa sabe nadar, yo...) e tempo de regressar às toalhas e deitar conversa fora. As júniores todas estão dentro de àgua com as pranchas, a Clara e o Peixinho parecem o McEnroe e o Nuno Marques (o mau feitio é o Peixinho, que tem a quem sair), a amiga da Peixa lê ao Sol e nós duas, sabe-se lá porquê, cantamos tudo o que nos lembramos do música no coração e fazemos planos para gastar os milhões que vamos ganhar na próxima sexta feira. Constatamos que o Peixinho tem a vida feita porque já nesta altura, nos seus 3 anos, é o único gaijo no meio de sete gaijas, as sombras alongam-se, a Peixa começa a arrumar o material para zarpar e eu tento tirar as outras da água. Telefonema da loira a pedir passagem pelo supermercado porque precisa de queijo para lasanha. Novo telefonema a avisar que a lasanha também nos inclui a nós. Terceiro telefonema, já noite escura, a informar que "estavam no lodo" e teve de ir dar uma ajuda no restaurante, mas a lasanha estava no forno sem queijo e a porta dos fundos aberta. Mais um telefonema mas desta vez da Gaija. Parece que no Porto está frio. Por aqui estamos todas de bikini e a mesa é posta no terraço que ninguém tomou duche e a loira mata-me se lhe encho a casa de areia. A lasanha já com o queijo está quase pronta, são quase onze da noite e outro telefonema da loira -um cliente pediu o livro de reclamações. Toque de reunir, o gajo não tem razão e está a pedi-las, o carro já está a trabalhar para desalvorar para lá mas tudo se resolve em bem sem necessidade de chegar às tais vias de facto que vinham mesmo a calhar. Loira chega a casa, marido da loira chega a casa, abre-se mais uma garrafa de vinho, que até aí estava a escorripichar os restos porque com os donos da casa fora parece mal um ataque à garrafeira, e finalmente janto. A criançada - quatro gaijinhas, quatro!! - já está mais que despachada e a mesa do terraço passa a ter bolinha vermelha. No meio da confusão ficou por atender o telefonema da CJ mas já é quase uma da manhã, estou com um copo de vinho e um prato de lasanha na frente e amanhã, que é hoje, respondo. Jantar terminado começou a batalha dos cubos de gelo, lá para as duas uma guerra de mangueiras e às três cheguei a casa. Molhada, mas cheguei. Trazia mais uma miúda no carro, mas até isso é hábito. Duche e cama para elas, desocupar sacos da praia e tratar do caos da cozinha, herança do almoço solitário das gaijinhas, para mim. Três e meia e estou sentada ao computador para ver as novidades.
Está tudo normal.

1,69

Uma maravilha.

9,58


Espectacular



Fomos ali mas voltamos já

Como todas as regras têm uma excepção, a que diz que só chega a chefe quem não tem jeito para mais nada é absurda neste curral. A nossa é capaz de postas que nos prendem a atenção da primeira à última palavra! Acontece que a chefa teve que se ausentar do recesso do lar e está em choque até agora, pois avistou uma manada de turistas em calções de tactel, singlete e chinelos de plástico… ninguém resiste a tanto!

Aos restantes habitantes do curral, foi dada tolerância de ponto e andam por aí a saltitar de penhasco em penhasco. Provavelmente darão à costa (ou antes, ao Cabra!) quando menos se espera.

Medina Carreira

A quem não viu:


"Obrigatório ver a entrevista na SIC Notícias."

(para ver aqui)

Verão no Algarve.

Nem de estrelas temos chuva.

É que nem uma se mexe e já estou farta de estar lá fora a olhar para o céu.
(e se bebesse uns copos?)

Mas só eu é que não estou de férias?

Que é feito da rapaziada que colabora neste blogue???

Confirma-se, Chefa!

Sócrates diz que a Direita é igual à Esquerda (radical).

A esquerda também anda parecida com a direita

Foto: Shark

A direita anda muito mais parecida comigo que a esquerda

Grandes gaijos!

31 da Armada, claro.

Porque é que isto me fez pensar em sexo?

Eu sei que quando uma pessoa enfia a viatura pela retaguarda de outra chama-se a isso uma traseirada.

Mas quando a da frente faz marcha atrás e se vem enfaixar de traseira no focinho do nosso automóvel que nome se dará a isso?

ABOUT A BOY

Se a Chefa lá tivesse estado, este seria o post da vida dela. Eu sou mais modesta. Toda a gente sabe que sou distraída. Toda a gente sabe que a maioria das coisas me passa ao lado.

Se a Chefa lá tivesse estado, ela descreveria com precisão o pólo azul escuro, as calças de ganga, os óculos e o cabelo do senhor com uma precisão inquestionável. Ela vos diria que ele é exactamente como o vemos nos filmes. Tem o mesmo sorriso franco e imprevisível. Tem o mesmo ar de menino tímido com que surge na tela.

Se a Chefa lá tivesse estado, contaria como ele falou com toda a gente e questionaria a ausência de mulheres no seu grupo. Contar-vos-ia como ele esteve sossegadinho a um canto com os amigos em amena cavaqueira.

Se a Chefa lá tivesse estado, era mulher para vos dizer como ele se movimenta como uma pantera: com passos elásticos e longos, sem olhar à volta. Ela certamente notaria que ele parece pouco à vontade quando as atenções se focam nele e raramente sorri para as câmaras.

Se a Chefa lá tivesse estado, analisaria até à exaustão a falta de bateria que acometeu o senhor à meia-noite e tiraria a devidas ilações.

Se a Chefa lá tivesse estado, faria a breve biografia do senhor como intróito ao post, dizendo que ele tem 48 anos mas que não parece nada e 1,80m e que para inglês meio brasonado nem parece muito stiff [(but its got potencial...) Quem me manda a mim lembrar das deixas dos filmes?] nem nada.

Se a Chefa lá tivesse estado, haveria muitas referências à Divine que também é Brown e às cenas de agressão a fotógrafos (quer-se dizer, esta parte, talvez seja mais 'se o Bruce lá tivesse estado' e vai daí talvez não).

Se a Chefa lá tivesse estado, este post seria bem interessante. Mas o raisparta da mulher lembrou-se naquela bela tarde de Maio que limpar piscinas é fixe, portanto a única coisa que se me apraz dizer sobre o assunto é: fosga-se que o man tinha um guarda-costas lindo de morrer de morte matada morrida e assassinada!!!

Cabra! Cabra, cabra, cabra, cabra…

A gaija está numa festa com ele!

E eu, aqui, de perninha partida, a ouvir as descrições por telefone e a pensar que não fora isso podia lá estar… Logo eu, que sou tal qual a  Julia Roberts, mas para mehor, claro.

E o man, Fosga-se!, está de jeans e pólo azul e óculos e com ar intelectual. Até lhe podia emprestar aqueles livrinhos do Train Your Brain que me ofereceram e fazia um brilharete.  Mas não, estou aqui, em casa, roídinha de inveja, com a ténue esperança que ela o traga cá, que acabei de fazer uma sopita de feijão com carne e o tipo pode precisar de alimento.

Gaijas, já pensaram? O Hught Grant?!… Era o, digamos que, post da minha vida…

Até sempre, Solnado

Para mim, o Solnado será sempre sinómimo destes gags impagáveis. Prefiro recordá-lo assim, tal como o conheci nos 45 rotações que (felizmente) o meu pai conservou...

No Verão

Naquele tempo (porque ainda não sou tão antiga que já possa dizer “no meu tempo”), íamos para a praia de manhã. Antes de sairmos, a mãe preparava um pequeno cesto para os apetites fora de horas.
Chegávamos e a primeira brincadeira começava. Havia que marcar os nossos (ainda pequenos) pés na areia cuidadosamente limpa e alisada pelo banheiro no interior da barraca. Lembro-me que as minhas preferidas eram as que combinavam as riscas brancas com turquesa e vermelho. Ajudávamos (acho…) a desfazer o saco e começávamos à procura dos grandes amigos que por vezes tínhamos conhecido na véspera. Jogávamos às escondidinhas, às caçadinhas, ao prego. Não tenho memória de simples castelos de areia, mas de grandes fortes com resistentes muralhas. Por vezes, ao fim da tarde, juntávamo-nos em grandes rodas e, sentados na areia, cantávamos. Eram a melhor forma de terminar o dia. De vez em quando íamos à geladaria da praia, à Esquimó. Os gelados grandes custavam cinco escudos e os pequenos vinte e cinco tostões. Nem todos os dias comprávamos os mais caros!
Entretanto, aproximava-se a hora do pai chegar. Ficava um bocadinho na praia connosco onde se apressava a esquecer o dia de trabalho. Depois arrumávamos os brinquedos no enorme saco que o banheiro recolheria no armazém do concessionário. Regressávamos a casa cansados e felizes. Os quatro.

60 SEGUNDOS

Ela sabia ao que ia. Ela sabia exactamente o que iria fazer mesmo antes de decidir sair de casa. Estava plenamente consciente quando escolheu os sapatos de salto agulha de 10 centímetros e vestiu a gabardine curta sobre o corpo nu e perfumado. Sabia exactamente o que iria fazer quando se olhou ao espelho e sentiu o ventre a contrair em antecipação do que se seguiria.

Ela sabia ao que ia. Sabia exactamente o que iria fazer quando entrou na garagem e o viu debruçado sobre o capot do seu carro. Olhou para o corpo que já conhecia de tanto o olhar. Viu a forma como as jeans se moldavam às suas nádegas; viu o seu tronco desnudo, ligeiramente suado do esforço; viu-lhe as linhas de concentração no rosto enquanto ele manejava uma qualquer ferramenta.

O som dos saltos a bater no chão da garagem fizeram-no levantar os olhos. As palavras que ele lhe ia dirigir, morreram na garganta quando lhe viu as pernas nuas a sair da exígua gabardine, os sapatos com a tira em volta do tornozelo, o decote generoso que fazia adivinha a inexistência de mais pano.

Levantou-se e limpou vagarosamente a mãos sujas de óleo a um pedaço de trapo. Ela caminhou devagar até ao carro e encostou-se à porta sem tirar os olhos dele. Puxou-o pelo cinto das calças e beijou-lhe os lábios como se tivesse todo o tempo do mundo. Quando as bocas se separaram, ele, de respiração ofegante, tentou dizer-lhe “Não estava à tua esp…” Para novamente emudecer ao vê-la desapertar a gabardine e mostrar o corpo nu que ele há tanto tempo cobiçava.

Sem hesitar, ele abriu a porta traseira da viatura e deito-a delicadamente no banco de trás. Inclinado sobre ela, afinou-lhe os sentidos com a mesma mestria com que minutos atrás havia afinado o motor do carro: com delicadeza, com carinho, com atenção a todos os detalhes e a todos os sons.

Mais tarde, quando partilhavam um cigarro com os corpos nus ainda entrelaçados, ela perguntou:

- Quando é que achas que o meu carro está pronto?
- Dá-me mais meia-hora. Acabo antes de jantar…

Ela beijou-o longamente e sentiu-o rir:

- Assim, não vou acabar antes de jantar.
- Não faz mal… Não tenho pressa…

Olhou para o rosto dele e sorriu enquanto ele pensava o quanto amava aquela mulher que já era sua há mais de 10 anos e que nunca parava de o surpreender e excitar. Ela pensou o quanto amava aquele homem que usava as mãos para mexer em números por profissão, no seu carro por diversão e no seu corpo por paixão.

E a Peixa estava coberta de razão

Não há nada impossível quando se tem gelo, fruta e cachaça.


Tcharan!....
Ladies and gentlemen, apresento-vos a "Ameixinha".


A caixa dos brincos

Já não sei se foi com a Adriana, a Estela ou a Tereza de quem herdei o nome, mas a história da caixa dos brincos conheço-a desde menina. Faz parte do longo reportório da minha mãe e mete freiras, meninas e um colégio cheio de regras.

Naquele tempo, e talvez também neste tempo mas não tenho como saber que colégios de freiras basta um de três em três gerações, as irmãzinhas também não gostavam de brincos de fantasia. Não sei se era o adjectivo que os manchava, já que fantasias só mesmo de noviça para cima e no segredo das celas, se era o toque popularucho que podia dar às meninas ar de garotas e garotas não frequentavam aqueles sítios.
Mas ia eu dizendo que brincos de fantasia não podiam andar em orelhas que se queriam fidalgas e menina que se atrevesse a tal via desaparecer-lhe o adorno nos interstícios das saias de madres com nomes santos.
Continuo sem saber se a voluntária foi a Adriana, a Estela, a Tereza ou mesmo a minha mãe, mas sei que um dia, uma delas, apareceu na sala de aula com uns infames brincos de fantasia que fizeram a delícia de todas as outras até a freira lhes perceber o atrevimento. Num ápice foram recolhidos e atirados para o bolso onde eram guardados os pecados mas, milagre!, pouco depois outros brincos de fantasia brilhavam naquelas mesmas orelhas. E durante todo o dia vários pares de brincos sairam da caixa escondida para as orelhas expostas e das orelhas foram em penitência até ao bolso castigador.
A gracinha não era das mais divertidas, mas gostava de a ouvir contar por me trazer uma mãe atrevida e desobediente, pronta a quebrar regras, muito diferente daquela que eu conhecia.
Lembrei-me desta história ontem ao ler uma outra. Têm cinquenta anos entre elas e estes anos todos levaram as brincadeiras para patamares estranhos e perversos.Talvez lá continue a mesma vontade de provocar, mas agora já não são meninas atrevidas que desafiam freiras com brincos de fantasia mas são as mães das meninas que se esqueceram de crescer e arrastam em vidas miseráveis as infâncias perdidas. E os filhos, esses, já não ouvem da mãe a história que os delicia mas são os brincos com que ela se diverte, como se também eles não passassem de reles fantasias.

UNFORGIVEN

Ficheiro:Vulpes vulpes standing in snow.jpg

Só posso desejar que o vento te acaricie a face e que os elementos te sejam favoráveis.

Parabéns, Querido e Doce Z!

A brincar, a brincar,

... a verdade é que o Rui Patrício é o melhor marcador do Sporting esta época...

COCO AVANT CHANEL

Eu sempre tive um problema com aeroportos e gares de comboios e cais e docas. Sempre que lá ia levar alguém, doía-me o coração por não ir também.

Durante anos quis viajar. Era tudo o que queria fazer. Conhecer o mundo. Deixar o mundo e as gentes entrarem em mim. Depois viajei pouco, mas viajei. Mas houve uma viagem que eu ainda não fiz e que espero que esteja para breve.

Sempre sonhei fazer o percurso de Paris a Istambul (na minha cabeça será Constantinopla) no Expresso do Oriente. Sozinha. Sempre sonhei ter esses dias e essa magia para mim.

Quero sonhar com o Poirot e com a Agatha Christie. Quero ver a paisagem e passear pelas ruas de Bucareste e Budapeste. Quero imaginar que o Conde Vlad viaja no camarote ao lado do meu. Quero tudo isso só para mim…

Porque é que me lembrei disto hoje? Porque estive a ver o novo filme publicitário do Chanel Nº5. E só tenho uma palavra para o descrever: Fabuloso!

E quando vi a Audrey Tautou à janela do comboio, linda de morrer, lembrei-me do meu sonho e pensei que quero fazer isto. Quero muito…

Mas o post não era para falar sobre mim e sobre as minhas fantasias. Era mesmo para vos mostrar o filme...

Regras para ser uma sumidade da blogosfera

Regra 1 - Invocar a sua condição de veterano da blogosfera. Mesmo que se tenha um "babyblog" que dá boa nota de cada fralda mudada ou então um daqueles blogs em que partilhamos com o mundo o que comemos ao pequeno almoço, invocar que se é um veterano das lides dá sempre outro estatuto. Se alguém nos diz que "anda nisto dos blogues há seis anos", não podemos deixar o desaforo sem resposta, é invocar vinte anos de blogosfera. Há vinte anos não existia blogosfera? Bem, mas há vinte anos já jogávamos Tetris e toda a gente sabe que o Tetris é o tio-avô dos "blogs".

Regra 2 - Comunicar ao mundo que se teve um problema com o "lay-out" do blog e que quem nos desenrascou foi o Paulo Querido (nem por sombras pensámos em contactar o operador do serviço). Meu caro Querido (desculpe, trato sempre as pessoas pelo apelido), não tenho o gosto de o conhecer, mas se o meu caro ajuda altruisticamente todos os "bloggers" que lhe manifestam público reconhecimento pela rápida e preciosa ajuda que lhes prestou, daqui lhe rendo as minhas subidas homenagens.

Regra 3 - Referir-se a "bloggers" de referência (o que quer que isso seja ...) pelo nome próprio e não pelo "nick". Dá uma ideia de ser visita lá de casa. Por exemplo, em vez de se referirem a mim dizendo "O Visconde tem um tremendo gosto para escolher vinhos brancos que acompanhem ameijoas à la plancha", dizer "O Bernardo Vasconcellos e Souza tem um tremendo gosto para ...".

Regra 4 - "Linkar" toda a gente, principalmente aqueles que nos parecem ser mais aceites pela comunidade. Por exemplo, "linkar" o Abrupto dá-nos uma sensação de proximidade com o Pacheco Pereira idêntica à que sentimos em 1983 quando o tipo do restaurante em que jantámos nos disse que, precisamente na mesma mesa, tinha almoçado no dia anterior a Mónica Sintra.

Regra 5 - Escrever um post por dia com "links" de opiniões de "bloggers" sobre um tema, sem dar a sua própria opinião. Por exemplo "Manecas Dias da Cunha escreve isto, em resposta a Joana Souza Telles que já havia dito isto, não tão bem escrito como Thiago Menezes da Cunha que escreveu esta delícia em complemento a esta abordagem original de Sofia Motta".

Regra 6 - Escrever títulos em inglês. Da lista que se segue, escolher um título por semana: "Long story short"; "Read my lips"; "Total turn-off"; "Been there, done that"; "Pardon my french".

Regra 7 - Escrever pelo menos um post mensal sobre o Principezinho. Ainda que não se tenha lido mais livro nenhum na vida, invocar o Principezinho é o caminho certo para passar uma imagem de sensibilidade. Cai bem.

Regra 8 - Por cada dez vídeos de música alternativa que se coloca, colocar um video de música brasileira dos anos setenta. Eagles ou Beach Boys também são uma boa opção, o importante é passar uma imagem de que, sim senhor, somos excêntricos e originais nos gostos musicais, mas, que diabo, também não perdemos a aderência com a vida real, também somos capazes de valorizar uma boa música de Simon & Garfunkel...

Regra 9 - Arranjar uma boa briga com alguém da blogosfera. De preferência, combinar a briga com alguém que também tenha os números do "statcounter" a definhar, é bom para todos, as visitas sobem em flecha, principalmente se a discussão se iniciar de forma civilizada, trocando argumentos sobre um determinado ponto de vista político e, aí pela terceira ronda da discussão, apimentar a coisa e questionar as opções sexuais alternativas da pessoa com quem estamos a argumentar.

Regra 10 - Terminar os "posts" com uma nota que diz "escrito também no Correio da Manhã" (nunca se sabe se o "blogger" é também o autor de qualquer coisa que tenha saído no "Correio da Manhã" ou se copiou qualquer coisa que saiu no "Correio da Manhã", escrito por outro.). Uma opção alternativa é escrever em meia dúzia de "blogs" e remeter um link para lá. Por exemplo, "Escrito também aqui".

Regra 11 - Pelo menos uma vez por semana, escrever um post cujo assunto seja "a minha vida não é isto, eu tenho uma vida fora da blogosfera".

Regra 12 - Escrever bem. Claro, não é absolutamente essencial...

Mesa do canto

O homem estava sentado numa mesa do canto oposto da esplanada, ansioso, olhar perdido nas pessoas que passavam e nunca eram quem ele esperava ver passar.

De vez em quando o homem verificava o telemóvel e exibia uma expressão tão vazia como o visor que nada de novo arranjava para lhe dizer. E ele deambulava outra vez um olhar que substituía aos poucos a esperança pelo desespero de quem não alcança por esperar e deixava-se ficar ali sentado até ver.
E nada via, afinal, o homem sentado numa mesa em busca de algo que parecia tão vital para a sua realidade naquele momento da existência esbanjado numa aflição qualquer. Talvez à espera de uma mulher amada, de uma presença desejada para a cadeira vazia diante de si.
Deixava-se ficar ali, vida suspensa, o telemóvel confirmado outra vez na ausência de notícias que o pudessem tranquilizar e ele já não conseguia disfarçar o desconforto, a resignação de quem encaixa uma profunda desilusão na borda de um copo tão vazio como o olhar que agora se recolhia em cada pormenor do pequeno espaço em seu redor, cada vez mais fechado sobre si próprio sob o tormento da solidão a que tentava fugir naquele lugar onde a multidão o ignorava e seguramente não lhe dava a alegria que o homem sozinho procurava sem sucesso antes de finalmente desistir.

Acabou por se levantar da mesa, apressado, quase parecia atrasado para fugir para qualquer lado onde pudesse refugiar uma vontade proibida que precisava ocultar.
A realidade envergonhada, quantas vezes escondida, de um homem a chorar.

GOOD NIGHT AND GOOD LUCK

Se me aborrece dar a notícia? Claro que aborrece. Se acho que ele fica melhor comigo? Definitivamente.
Mas tenho que ser mulherzinha o suficiente para admitir que, a ser verdade, é um par lindo de morrer!!!!!!!!

INVASÃO DE PRIVACIDADE

Estou na dúvida sobre o que achei mais fascinante nesta noticia:


Se o facto de a ex-namorada de Cristiano Ronaldo ser barrada por seguranças para não se poder aproximar dele (E ele passa impávido. Depois ainda se admiram que apareçam coelhinhos a cozer numa panela...);

Se o facto das pernas dele estarem seguradas no valor de €100.000.000 (sim, cem milhões de euros).

HIGH SCHOOL MUSICAL 2

Ora aqui a vossa miúda (que como miúda que se preze, entrou em absoluta silly season) tirou-se dos seus cuidados e foi ver o tal do clube da moda que toda a gente quer ir, toda a gente fala e toda a gente acha um must.

Porque toda a gente sabe que só falo mal depois de ver, mexer e experimentar.

O parque de estacionamento estava atafulhado de carros espanhóis com as bagageiras abertas de onde saia música e bebidas várias. E o que eu pensei quando passei à ida, foi o que pensei quando passei à volta: A festa rija afinal é aqui…

Entrei. Caras conhecidas à entrada. Caipirinha da boa. A tal da badaladissima zona VIP morta. Sem qualquer animação. Zona geral…

Bem, where do I begin? Digamos que a media de idades das festas do colégio do meu filho é, decerto, mais elevada do que a média de idades da pista de dança. Senti-me de regresso às festas da sala de convívio da secundária e juro que, por momentos, fiquei sossegadinha e de respiração suspensa à espera que o mocinho do grupo ao lado, que claramente devia gostar de mulheres mais velhas, me fizesse a pergunta fatal: “Desculpa, posso-te conhecer?”

O que vos posso aconselhar? A música não é má. As bebidas são jeitosas. Mas ou vão com um grupo bem porreiro ou se é para irem sozinhos, poupem-se e fiquem mesmo no parque de estacionamento com os nuestros hermanos que esses é que a sabem toda.

HIGH SCHOOL MUSICAL

O Papa Bento XVI vai gravar um disco. Eu gostava que esta noticia e a tatuagem do Homem-Aranha na parte interior do meu braço fosse mentira. Mas quando levanto a mãozita, lá vejo o senhor das teias e me compenetro de que as pessoas são capazes de coisas bem estranhas.

Mas como eu ia dizendo: O Papa vai gravar um cd. A obra - com passagens da Bíblia e músicas em latim, italiano, espanhol, francês, alemão e português - terá como título “Alma Mater” e será lançada dia 30 de Novembro.

Aguarda-se confirmação de que Lisboa fará parte da digressão mundial em 2010…

RESGATE

P8010331

(Ler com voz distorcida com origem num telemóvel roubado no Martim Moniz)

As minhas exigências serão enviadas depois de forma tão ultra-secreta que nem mesmo eu sei qual será. Qualquer tentativa de contactar as autoridades resultará numa desgraça desnecessária. Entrarei novamente em contacto amanhã, ao meio-dia (se eu me atrasar é por causa do trânsito e nesse caso ligarei mais tarde). Nunca se esqueçam. Eu só má. Muito má. Tu... tu… tu… tu…

Fiat Lux

"Mãe Querida"!

Tanto tempo da minha vida desperdiçado.
Tanto tempo sem perceber.
Tanto tempo a dizer mal do senhor sem saber que era ele o autor desta música que me leva às lágrimas, desta pérola da poesia nacional, desta canção que é o melhor que a gente tem.

Agora, finalmente, sei que porque não há outro amor na vida. Agora percebo o "efeito Tony Carreira".
Caramba, já me podiam ter dito que era ele quem cantava o Amor de Mãe.
Sim, andei a enganar toda a gente e, sobretudo, andei a enganar-me a mim própria. Afinal eu conhecia, eu conheço!, eu canto, eu assobio, eu trauteio, uma música do Tony Carreira!

O PRINCIPEZINHO

“Para mim, tu não passas de um rapazito semelhante a cem mil outros rapazitos. Não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti, eu sou uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas se tu tiveres intimidade comigo, precisaremos um do outro.. Tu serás, para mim, único no mundo. E eu serei, para ti, única no mundo..”