Ainda é hoje, não é? Deve ser, mas a vida é gira e fácil e gosto dela assim.
Ou não.
Ou sim.
Saí de manhã para despachar as coisas do costume. As miúdas ficaram em casa e atendi as quinhentas e vinte e duas chamadas delas enquanto tratava do resto. Hora de almoço passada a marcar o dia de amanhã que, pelo que parece, já é hoje. Passagem pelo shopping para resolver mais umas merdices e regresso a casa. As santinhas já há muito tinham devorado o frango com ervilhas que deixei no frigorífico e as toalhas de praia estavam devidamente dobradas no saco vermelho. Tirei o vestido de linho e enfiei o bikini preto e branco com a saia amarela às flores com que ainda estou. Na lancheira verde meti as caixas das carnes frias e o pão, na mochila as placas de gelo e uma garrafa de água. As bolachas foram para a minha saca. Recolhi sacos de lixo da véspera, pranchas que tinham ficado a secar ao sol e verifiquei se ainda tinha copos de plástico na bagageira. Miúdas finalmente no carro e ar condicionado no máximo que o calor é muito. Próxima paragem no tasco para comprar tabaco, ice-tea e sumo de maçã. Subida à colina verde e mais duas gaijinhas no carro. Chapada para decidirem quem ia à frente e viramos a Sul, direitas ao areal do costume. Todas as asneiras que conheço e mais as que inventei na altura quando percebo que a até ontem praia deserta está atolada de gente. Mergulho rápido (sim, já consigo nadar muito bem, dentro de água não sou coxa...) e regresso ao areal para ficar de plantão ao telefone. Peixa liga quase a seguir e por uns momentos passo a ser Catarina. Peixa chega à praia - sou Catarina, não sou? - e enquanto se instala engulo uma sandocha e um ovo cozido para quebrar o jejum. Mais uns mergulhos com a Peixa (a Peixa sabe nadar, yo...) e tempo de regressar às toalhas e deitar conversa fora. As júniores todas estão dentro de àgua com as pranchas, a Clara e o Peixinho parecem o McEnroe e o Nuno Marques (o mau feitio é o Peixinho, que tem a quem sair), a amiga da Peixa lê ao Sol e nós duas, sabe-se lá porquê, cantamos tudo o que nos lembramos do música no coração e fazemos planos para gastar os milhões que vamos ganhar na próxima sexta feira. Constatamos que o Peixinho tem a vida feita porque já nesta altura, nos seus 3 anos, é o único gaijo no meio de sete gaijas, as sombras alongam-se, a Peixa começa a arrumar o material para zarpar e eu tento tirar as outras da água. Telefonema da loira a pedir passagem pelo supermercado porque precisa de queijo para lasanha. Novo telefonema a avisar que a lasanha também nos inclui a nós. Terceiro telefonema, já noite escura, a informar que "estavam no lodo" e teve de ir dar uma ajuda no restaurante, mas a lasanha estava no forno sem queijo e a porta dos fundos aberta. Mais um telefonema mas desta vez da Gaija. Parece que no Porto está frio. Por aqui estamos todas de bikini e a mesa é posta no terraço que ninguém tomou duche e a loira mata-me se lhe encho a casa de areia. A lasanha já com o queijo está quase pronta, são quase onze da noite e outro telefonema da loira -um cliente pediu o livro de reclamações. Toque de reunir, o gajo não tem razão e está a pedi-las, o carro já está a trabalhar para desalvorar para lá mas tudo se resolve em bem sem necessidade de chegar às tais vias de facto que vinham mesmo a calhar. Loira chega a casa, marido da loira chega a casa, abre-se mais uma garrafa de vinho, que até aí estava a escorripichar os restos porque com os donos da casa fora parece mal um ataque à garrafeira, e finalmente janto. A criançada - quatro gaijinhas, quatro!! - já está mais que despachada e a mesa do terraço passa a ter bolinha vermelha. No meio da confusão ficou por atender o telefonema da CJ mas já é quase uma da manhã, estou com um copo de vinho e um prato de lasanha na frente e amanhã, que é hoje, respondo. Jantar terminado começou a batalha dos cubos de gelo, lá para as duas uma guerra de mangueiras e às três cheguei a casa. Molhada, mas cheguei. Trazia mais uma miúda no carro, mas até isso é hábito. Duche e cama para elas, desocupar sacos da praia e tratar do caos da cozinha, herança do almoço solitário das gaijinhas, para mim. Três e meia e estou sentada ao computador para ver as novidades.
Está tudo normal.
Saí de manhã para despachar as coisas do costume. As miúdas ficaram em casa e atendi as quinhentas e vinte e duas chamadas delas enquanto tratava do resto. Hora de almoço passada a marcar o dia de amanhã que, pelo que parece, já é hoje. Passagem pelo shopping para resolver mais umas merdices e regresso a casa. As santinhas já há muito tinham devorado o frango com ervilhas que deixei no frigorífico e as toalhas de praia estavam devidamente dobradas no saco vermelho. Tirei o vestido de linho e enfiei o bikini preto e branco com a saia amarela às flores com que ainda estou. Na lancheira verde meti as caixas das carnes frias e o pão, na mochila as placas de gelo e uma garrafa de água. As bolachas foram para a minha saca. Recolhi sacos de lixo da véspera, pranchas que tinham ficado a secar ao sol e verifiquei se ainda tinha copos de plástico na bagageira. Miúdas finalmente no carro e ar condicionado no máximo que o calor é muito. Próxima paragem no tasco para comprar tabaco, ice-tea e sumo de maçã. Subida à colina verde e mais duas gaijinhas no carro. Chapada para decidirem quem ia à frente e viramos a Sul, direitas ao areal do costume. Todas as asneiras que conheço e mais as que inventei na altura quando percebo que a até ontem praia deserta está atolada de gente. Mergulho rápido (sim, já consigo nadar muito bem, dentro de água não sou coxa...) e regresso ao areal para ficar de plantão ao telefone. Peixa liga quase a seguir e por uns momentos passo a ser Catarina. Peixa chega à praia - sou Catarina, não sou? - e enquanto se instala engulo uma sandocha e um ovo cozido para quebrar o jejum. Mais uns mergulhos com a Peixa (a Peixa sabe nadar, yo...) e tempo de regressar às toalhas e deitar conversa fora. As júniores todas estão dentro de àgua com as pranchas, a Clara e o Peixinho parecem o McEnroe e o Nuno Marques (o mau feitio é o Peixinho, que tem a quem sair), a amiga da Peixa lê ao Sol e nós duas, sabe-se lá porquê, cantamos tudo o que nos lembramos do música no coração e fazemos planos para gastar os milhões que vamos ganhar na próxima sexta feira. Constatamos que o Peixinho tem a vida feita porque já nesta altura, nos seus 3 anos, é o único gaijo no meio de sete gaijas, as sombras alongam-se, a Peixa começa a arrumar o material para zarpar e eu tento tirar as outras da água. Telefonema da loira a pedir passagem pelo supermercado porque precisa de queijo para lasanha. Novo telefonema a avisar que a lasanha também nos inclui a nós. Terceiro telefonema, já noite escura, a informar que "estavam no lodo" e teve de ir dar uma ajuda no restaurante, mas a lasanha estava no forno sem queijo e a porta dos fundos aberta. Mais um telefonema mas desta vez da Gaija. Parece que no Porto está frio. Por aqui estamos todas de bikini e a mesa é posta no terraço que ninguém tomou duche e a loira mata-me se lhe encho a casa de areia. A lasanha já com o queijo está quase pronta, são quase onze da noite e outro telefonema da loira -um cliente pediu o livro de reclamações. Toque de reunir, o gajo não tem razão e está a pedi-las, o carro já está a trabalhar para desalvorar para lá mas tudo se resolve em bem sem necessidade de chegar às tais vias de facto que vinham mesmo a calhar. Loira chega a casa, marido da loira chega a casa, abre-se mais uma garrafa de vinho, que até aí estava a escorripichar os restos porque com os donos da casa fora parece mal um ataque à garrafeira, e finalmente janto. A criançada - quatro gaijinhas, quatro!! - já está mais que despachada e a mesa do terraço passa a ter bolinha vermelha. No meio da confusão ficou por atender o telefonema da CJ mas já é quase uma da manhã, estou com um copo de vinho e um prato de lasanha na frente e amanhã, que é hoje, respondo. Jantar terminado começou a batalha dos cubos de gelo, lá para as duas uma guerra de mangueiras e às três cheguei a casa. Molhada, mas cheguei. Trazia mais uma miúda no carro, mas até isso é hábito. Duche e cama para elas, desocupar sacos da praia e tratar do caos da cozinha, herança do almoço solitário das gaijinhas, para mim. Três e meia e estou sentada ao computador para ver as novidades.
Está tudo normal.
8 comentários:
Pura delícia!
Entretanto em sou mantida refém em casa pelos meus queridos filhos que entretanto vieram e não deslargam o portátil. Help! Tens que me vir buscar, que eu não consigo arrastá-los para ir ter com vocês! SOS Ourabeach SOS
esta coisa de se estar de férias é muito bom, o único senão é que não me apetece ler, a maior parte das vezes nem sequer ligar o pc, fica-se numa de fare niente e depois é preciso dar aqui 1 saltinho, não propriamente para ler, mas apenas porque se tem aquela coisa parva chamada saudades e precisamos saber se todos estão bem
se por acaso estiverem numa de fare niente como eu, continuem mas levem um beijo convosco (um... eh pah repartam-no como bons manos, pronto)
Que trabalheira, Catarina!
(O mau feitio é do padeiro, de certezinha!)
(raismaparta se agora percebi um boi!)
(mas sei que não tenho que perceber tudo!)
O que é que não percebeste?
Continuo à espera...
não vá ser de mim,
eu mandei beijinhos mentais mas esqueci que isso às vezes falha, calamity, desculpa se magoei com ausência
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