Regra 1 - Invocar a sua condição de veterano da blogosfera. Mesmo que se tenha um "babyblog" que dá boa nota de cada fralda mudada ou então um daqueles blogs em que partilhamos com o mundo o que comemos ao pequeno almoço, invocar que se é um veterano das lides dá sempre outro estatuto. Se alguém nos diz que "anda nisto dos blogues há seis anos", não podemos deixar o desaforo sem resposta, é invocar vinte anos de blogosfera. Há vinte anos não existia blogosfera? Bem, mas há vinte anos já jogávamos Tetris e toda a gente sabe que o Tetris é o tio-avô dos "blogs".
Regra 2 - Comunicar ao mundo que se teve um problema com o "lay-out" do blog e que quem nos desenrascou foi o Paulo Querido (nem por sombras pensámos em contactar o operador do serviço). Meu caro Querido (desculpe, trato sempre as pessoas pelo apelido), não tenho o gosto de o conhecer, mas se o meu caro ajuda altruisticamente todos os "bloggers" que lhe manifestam público reconhecimento pela rápida e preciosa ajuda que lhes prestou, daqui lhe rendo as minhas subidas homenagens.
Regra 3 - Referir-se a "bloggers" de referência (o que quer que isso seja ...) pelo nome próprio e não pelo "nick". Dá uma ideia de ser visita lá de casa. Por exemplo, em vez de se referirem a mim dizendo "O Visconde tem um tremendo gosto para escolher vinhos brancos que acompanhem ameijoas à la plancha", dizer "O Bernardo Vasconcellos e Souza tem um tremendo gosto para ...".
Regra 4 - "Linkar" toda a gente, principalmente aqueles que nos parecem ser mais aceites pela comunidade. Por exemplo, "linkar" o Abrupto dá-nos uma sensação de proximidade com o Pacheco Pereira idêntica à que sentimos em 1983 quando o tipo do restaurante em que jantámos nos disse que, precisamente na mesma mesa, tinha almoçado no dia anterior a Mónica Sintra.
Regra 5 - Escrever um post por dia com "links" de opiniões de "bloggers" sobre um tema, sem dar a sua própria opinião. Por exemplo "Manecas Dias da Cunha escreve isto, em resposta a Joana Souza Telles que já havia dito isto, não tão bem escrito como Thiago Menezes da Cunha que escreveu esta delícia em complemento a esta abordagem original de Sofia Motta".
Regra 6 - Escrever títulos em inglês. Da lista que se segue, escolher um título por semana: "Long story short"; "Read my lips"; "Total turn-off"; "Been there, done that"; "Pardon my french".
Regra 7 - Escrever pelo menos um post mensal sobre o Principezinho. Ainda que não se tenha lido mais livro nenhum na vida, invocar o Principezinho é o caminho certo para passar uma imagem de sensibilidade. Cai bem.
Regra 8 - Por cada dez vídeos de música alternativa que se coloca, colocar um video de música brasileira dos anos setenta. Eagles ou Beach Boys também são uma boa opção, o importante é passar uma imagem de que, sim senhor, somos excêntricos e originais nos gostos musicais, mas, que diabo, também não perdemos a aderência com a vida real, também somos capazes de valorizar uma boa música de Simon & Garfunkel...
Regra 9 - Arranjar uma boa briga com alguém da blogosfera. De preferência, combinar a briga com alguém que também tenha os números do "statcounter" a definhar, é bom para todos, as visitas sobem em flecha, principalmente se a discussão se iniciar de forma civilizada, trocando argumentos sobre um determinado ponto de vista político e, aí pela terceira ronda da discussão, apimentar a coisa e questionar as opções sexuais alternativas da pessoa com quem estamos a argumentar.
Regra 10 - Terminar os "posts" com uma nota que diz "escrito também no Correio da Manhã" (nunca se sabe se o "blogger" é também o autor de qualquer coisa que tenha saído no "Correio da Manhã" ou se copiou qualquer coisa que saiu no "Correio da Manhã", escrito por outro.). Uma opção alternativa é escrever em meia dúzia de "blogs" e remeter um link para lá. Por exemplo, "Escrito também aqui".
Regra 11 - Pelo menos uma vez por semana, escrever um post cujo assunto seja "a minha vida não é isto, eu tenho uma vida fora da blogosfera".
Regra 12 - Escrever bem. Claro, não é absolutamente essencial...
Há 2 anos
47 comentários:
Regra 1: Há 20 anos, eu não sabia o que era o Tetris...
Regra 2: Eu tenho uma ideia muito vaga sobre quem será o Paulo Querido e ele nunca me ajudou em nada!
Regra 3: Eu jamais me atreveria a tratar o Sr. Visconde por Bernardo Vasconcellos e Souza. Há limites para a ousadia!!!!
Regra 4: Tenho a si e ao Shark linkados. Acho que isso cobre toda a gente, não?
Regra 5: Não tenho jeito para andar a linkar outros bloggers. É que eu tenho vida fora da blogosfera...
Regra 6: Escrevo resmas deles.
Regra 7: O deste mês já está. Aí uns 7 ou 8 abaixo deste.
Regra 8: Raramente ponho vídeos de música. Vide 2ª frase da regra 5.
Regra 9: Bolas, eu nem sequer questiono e mesmo assim acusam-me disso!!!!
Regra 10: Não.
Regra 11: Vide 2ª linha, regra 5.
Regra 12: Bolas...
Moral: Eu não sou uma sumidade dos blogs...
(e agora a sério: quem é que quer ser?)
Mente, a ideia é fazer do Cabra um espaço de serviço público. Eu sei qiue você não quer ser uma sumidade da blogosfera. Mas, se alguém do nosso vasto auditório o quiser, lá está, é seguir as regras...
Sabe?
(estou a deixar de ser imprevisivel... lá vou eu ter que fazer uma loucura qualquer tipo falar com a Maya...)
Bernardette, você nunca foi imprevisível...
De facto, Senhor Visconde, não sei de que maleita fui acomentida para ter a veleidade de me considerar imprevísivel.
Eu... Uma Mente simples, cândida e inofensiva... Deve ter sido um momento de megalomania, mas já passou. Pode ficar descansado...
Ass: sua Bernardette
(o que eu gostei do nome... acho que vou adoptá-lo...)
Visconde, estou verdadeiramente abismada com este post. O meu caro deve ter apanhado uma variante qualquer da Gripe A que, ao invés de lhe provocar maleitas no corpo, lhe atingiu a alma e lhe provocou um ataque de plebeísmo.
Estas regras, muito bonitas, muito bem escritas e cheias de referências blogueiras, poderiam ter sido lidas numa qualquer secção da revista de Domingo do Correio da Manhã se, por acaso, não se tivesse esquecido de referir o post sobre sexo, com muito vernáculo à mistura,e umas fotos de gajas nuas.
Visconde, nós, as verdadeiras sumidades na blogosfera e na vida, não linkamos ninguém, somos linkados (linkar o Abrupto? por amor de deus, isso todo o povinho faz...), não tratamos ninguém pelo nome próprio, excepto na mais restrita privacidade (O Senhor Visconde será sempre o Senhor Visconde, que é assim que o povo o deve tratar e há que marcar as distâncias. Como sabe, só mesmo nos nossos momentos mais íntimos, nos serões lá de casa e já depois do café, quando a criadagem se retira, o trato por Bibi).
O Paulo Querido nunca nos ajudou e temos rejeitado todos os convites para a Rede Esquilo, não fazemos títulos em inglês mas em francês, não arranjamos brigas, arranjam connosco e fingimos que não reparamos e não escrevemos posts sobre O Principezinho mas sobre O Príncipe.
Para terminar, nós conhecemos a blogosfera há muito mas não tinhamos um blog e nunca jogámos Tetris. Nós fomos consultores do Blogger e fizemos o nosso programa de Basic para jogar xadrez no Spectrum. Acompanhámos diletantemente este fenómeno e quando, finalmente, decidimos brindar o mundo com alguns dos nossos brilhantes raciocínios e requintados gostos, chegámos, vimos e vencemos. Assim, sem esforço, como nos é natural.
E agora vá tomar o Tamiflu que há qualquer bicheza aí que lhe anda a fazer mal...
(em tempo - e nunca, mas nunca, duplicamos um post...)
Tereza, este apanhado de pequenas regras destina-se a quem quer ser uma sumidade na blogosfera. Logo, Tereza, minha cara Tereza, não é aplicável a si, que é a referência no sector, que é o modelo a seguir, que é quem indica o caminho certo, que é a visionária que detecta as novas tendências.
(não lê o título e depois tenho que lhe explicar tudo...)
Eu só tenho 5 anos de blogosfera e por isso não faço parte desta elite da coisa.
Mas aprendi imenso com este post.
E hoje caiu tudo da cama, não é?
Ah, ó chefa, a rede é TUBARÃO esquilo.
Não te faças desentendida...
(eu sei sharkinho, mas achei que isso era mau gosto - Tubarão e rede não jogam bem e longe de mim colocar-te uma por perto...)
Visconde, eu leio os títulos mas regras destas levam à pimbalhice, nunca à sumidade, é isso que estranho em si hoje...
(será que está armado em mecânico?)
Tereza, é apenas um singelo conjunto de regras que aqui alinhavei. E, toda a gente sabe isto, ser uma sumidade blogosférica não implica que não seja uma sumidade blogosférica pimba.
Eu próprio nunca segui estas regras, até porque me dedico a um nicho de mercado específico, uma coisa mais "gourmet".
(e estou tão emocionado, hoje foi o dia em que publiquei o mesmo post em quatro blogs diferentes...)
Shark, meu caro, você é um velho senhor da bloga.
(e, por uma vez, estou a falar a sério)
(e eu a pensar que era a única que dava 4 de seguida nos dias que correm...)
Quatro, visconde? tenho de ir ver isso.
(e nem falhou a bateria? afinal deve ser mecânico e dos bons!)
Um velho senhor, caro Visconde, é o pénis do seu tio-avô.
E acredite que também estou a falar a sério.
(um sinhor inginheiro, seria?)
Mente, nem pense nisso.
(Mas já pensei assim...)
Shark, um velho senhor, porém viçoso, renovado, viril e com uma eterna centelha...
Xica: Pardon my French
(foda-se, tá bem assim?...)
Visconde, folgo em saber.
(Já? E depois?)
Tereza, pensando bem tenho algo de mecânico, sim...
(e não estou a falar de calendários de parede espalhados pelos meus duzentos metros quadrados de gabinete com chão de madeiras nobres)
Quando deparei com tantas regras, desisti de ler.
É preciso tantas?Desculpe, mas Sr. Visconde (e lê só quem quer, como é obvio), mas fiquei tão saturada de regras, que hoje em dia dispenso-as.
(ficou mais compostinho, enfim...)
Jovem Senhora do Norte, não despreze essa nobre classe dos inginheiros...
Visconde só me pronuncio sobre um prato se já tiver comido, ou pelo menos provado, e posso dizer que a classe não é das que apresentam os melhores acepipes.
(isto para continuar na linguagem gourmet)
Mila, eu gosto de regras.
(ah, e tal, mas tenho um espírito aventureiro, sempre à procura de adrenalina, adoro viajar e filmes e ler, e isso...)
Terea, desconhece então a magia de se pronunciar sobre um canard au roquefort brullé, guiando-se apenas pelos outros sentidos que não o palato? E o odor do roquefort tostadinho? E a suave conjugação cromática do roquefort a derreter em cima do canard?
(enorme mergem de progressão, Tereza, é o que eu sempre disse...)
Bem Sr. Visconde, há regras e regras.
Agora fiquei aqui a matutar com os meus neurónios o que quis dizer com o (... ah, e tal, e isso....)estarão contemplados nas suas regras?
Visconde, ficou nervoso?
Bolas, Chefa, então enervaste o Senhor antes de eu ter tempo de lhe perguntar o que é que ele tinha de mecânico?
É que hoje, essa profissão dá-me jeito.
Não me digas Mente, que é por causa do Piii Piii que precisas do Sr. Visconde.
Mila, não há muito que dizer. Apenas que a maioria das pessoas (não é o seu caso, bem sei...) acredita que as regras são um obstáculo à liberadade. Como eu gosto de regras, tive que desenvolver um disclaimer para que as pessoas me tolerem sem estarem sempre a dizer em voz baixa "aquele é o tipo que gosta de regras, não sei como ainda não internaram". Assim, depois de dizer que gosto de regras, meto um parágrafo que dê uma ideia de aventureiro e a coisa passa...
Tereza, raramente me enervo.
(uma vez ou duas a cada cinco anos, vá...)
(agora é que o senhor Visconde se mete debaixo da secretária em cima do chão de madeira no gabinete de duzentos metros quadrados...)
Visconde, esse plano quinquenal é alguma reminisciência revolucionária?
Mila!!!!! Até corei!!!! Por amor de Deus!!!!
(por acaso, era... mas não era preciso por as coisas nesses termos que o Senhor, provavelmente, não sabe do que estás a falar e pode enervar-se 2 vezes no mesmo dia e estragar a média!)
(Chefa, debaixo de que(m) em cima do quê?)
Agora fiquei muito surpreendida, Sr. Visconde, as coisas q sabe de mim :)
Já agora quando faz o parágrafo não se esquece de fazer o ponto pois não?
Uma pessoa q tem o lugar já reservado no inferno não cora.
Não te preocupes com o Sr. Visconde, que ele entende muito bem, mais do que parece.
Ah verdade, com tantos Piii que fizeste, Mente, acho que o País todo sabe.
verifico, caro visconde, que costuma seguir a regra nº 6. isso faz de si uma sumidadezinha ou uma proto-sumidade?
Caríssima sem-se-ver, faz muito bem em perguntar. Em princípio, para se alcançar o estatuto, terão que ser observadas todas as regras, à excepção da doze.
(no meu caso particular, isso dos títulos em inglês é só para me dar a ilusão de fazer parte da tribo)
(vê? long story short...)
Vou ler bem todas estas regras para fazer exactamente o contrário. Nem todos querem ter um blog bom...
Minha cara amiga
Adorei o seu blogue! Ainda bem que cá cheguei...
Bjos
Miguel Ângelo
Em nome de todos, obrigada Miguel Ângelo. Sinta-se em casa.
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