Pequenas confusões

Ontem recebi a notícia a meio do dia que o pai do T tinha falecido.
Um ano e picos mais velho que eu, o T era o meu principal companheiro de infância porque morava 4 ou 5 portas ao lado. Quarteirão pequeno, bairro ainda antigo, pouco trânsito e muita brincadeira na rua (horas a jogar à carica nos lambris do passeio como se fosse uma pista de automóveis), eramos os dois miúdos dali da zona.
Os pais do T são sensivelmente da idade dos meus, e tinham-se visto ainda a semana passada . Foi uma surpresa, mas definiu o serão: velório na Igreja local.
Sendo o T também muito activo em grupos de jovens (sim, até eu em tempos fui jovem), acabaram por se juntar nos degraus da igreja uma série de antigos amigos dele e a maioria deles fomos partilhando ao longo dos anos. Mais ano menos ano todos da mesma idade estamos agora cada um em seu poiso nos arrabaldes da cidade, com excepção do C. que ainda e sempre permanece no bairro.
Apesar da solenidade claro que houve muitos sorrisos e recordações dos velhos tempos e até apesar da borrasca ainda surgiu a hipótese de... bora uma futebolada quando sairmos daqui? Famílias, filhotes, empregos, mulheres, namoradas, ex... de tudo se falou um pouco. Alguém disse ao J.?? Qual J.? Ah, esse. Acho que sim, deve vir amanhã ao funeral. O J. é mais um dos que andava na molhada com a malta e por isto ou por aquilo nunca mais se viu, com excepção destes momentos solenes.
O J. tinha uma particularidade engraçada que era a sua alcunha. Devido a alguns problemas de saúde apresentava sempre um ar meio macilento e tinha extremos cuidados com uma série de situações que lhe poderiam causar transtornos ou mesmo problemas agravados. Por isto e por aquilo o J. era pura e simplesmente conhecido como - o "morto".
O J. hoje apareceu no funeral e mais uma vez, no meio da solenidade, houve abraços e sorrisos e as frases do costume - estás na mesma pá - tu também, tirando uns pelitos mais claros aqui e ali, de resto para quem não te põe a vista em cima já há séculos.... Estás óptimo pá.
O problema maior foi que dei por mim à saída do cemitério a comentar com a minha irmã, enquanto passávamos por um outro grupo que pertencia ao próximo funeral, a estranha frase, pelo menos para este grupo:
Viste o morto? É pá aquele gajo tá na mesma há anos.

16 comentários:

Teresa disse...

(bem prega frei tomás.... acabei de postar ao mesmo tempo que tu... e agora vou reler o meu post e já venho comentar o teu)

Teresa disse...

Com tantos jogos de bola não aprendeste a jogar futebol? É que naquele dia pensei que era a primeira vez que davas uns chutos. Vá se lá saber porquê...

gaija do norte disse...

tens a sensibilidade de uma coisa que eu não digo agora...

Teresa disse...

EStás a duvidar da sensibilidade do santo?
Olha, bem visto!

shark disse...

Esta casa hoje tá com um andamento...
Boa malha, Santo.

O Santo disse...

a sensibilidade de uma rosa ao alvorecer.... de facto tenho, como sabes?

xefa, devias de me ver com a bola dominada e um campo a minha frente na preparacao de um ataque. geralmente é epico

gada refugiado do peixanario
(tenho de falar ctg)

O Santo disse...

gora q vi o outro coment gaija... bolas.. tu hj ta amiga... ta ta

gaija do norte disse...

eu queria dizer a sensibilidade de um rudolf noureev...

sou muito tua amiga sim:)

O Santo disse...

e nunca me viste de maiot a fazer pelliers...
(felizmente)

gaija do norte disse...

não sou o s. tomé!!!

O Santo disse...

tb nao pedi para veres as maos e o lado...

Marias disse...

É so anedotas , este menino...
E isto foi um elogio.

O Santo disse...

anedota???

Marias disse...

Menino....

Anônimo disse...

Convenhamos que essa foi de morrer a rir!...

Anônimo disse...

Convenhamos que essa foi de morrer a rir!...