Pois que gostei muito do seu post, Visconde. Pareceu-me até que nos fez um elogio qualquer, apesar de, muito francamente, não ter gostado do tom. O que me vale é que lá por o Visconde achar que pareço mesmo mesmo um gajo, de pensar como um gajo, de ter conversas de gajo e de, pelo queV. Ex.ª adivinha, dar umas quecas à gajo ( o que, tendo em conta a minha sanidade mental, não pode ser verdade), ainda tenho muito de gaija e lá vou dando o tal desconto ao que um gajo gajo diz.
Mas mesmo depois de ter dado todos os descontos e de ter descodificado os eufemismos e reduzido os pleonásmos ficou-me qualquer coisinha a martelar cá dentro. Uma preocupaçãozita, nada mais. E, desde aí, que não páro de pensar na L.
A L. deve ter uns nove anos e é filha de uma amiga minha. Tem um ar lindíssimo, pele branca, olhos azuis, cabelos extraordinariamente loiros. A L. é divertida, inteligente, tem um imenso sentido de humor, mesmo sendo alemã, e fala fluentemente três linguas. A L é amiga das minhas filhas e muitas vezes, quando as vejo juntas, penso que mais uns aninhos e não há quem as segure. É certinho que vão dar cabo de muito coração de gajo por esse mundo fora. Mas ontem fiquei inquietada. Muito inquietada. Será que as minhas filhas, caso continuem a ser amigas da L, vão ter de se contentar com os machos beta, que os alfa não vão ter olhos que não sejam para ela?
É que a L tem uma característica que a distingue de todas as outras meninas que conheci. A L, para além de não ir às casas de banho acompanhada, o que só lhe augura coisas boas, consegue fazer xixi em pé, assim, tal e qual como os meninos. E o que, até aqui, era só um motivo para umas gargalhadas, dela e nossas, passou a preocupar-me como mãe.
Se o Visconde me diz que gajo que é gajo gosta de gaijas que fazem tudo como eles, eu terei de arranjar maneira de ensinar as minhas filhas a fazerem xixi de pé, como a L., se quiser que um dia elas arranjem um macho alfa?
Eu até consigo perceber que gostem de uma mulher que vos acompanhe em tudo, uma mulher que seja capaz de encarar um urinól de frente e, sem vos olhar de lado, esteja ao vosso lado em todos os momentos da vossa vida de machos, mas não estou é a ver muito bem se serei gaija para conseguir ensinar uma proeza dessas às minhas filhas.
O que me leva a concluir que afinal sou muito menos gajo do que seria desejável e, mesmo correndo o risco de ver a minha cotação descer nas tabelas dos machos alfa, não posso deixar de o confessar. Prefiro até que estes meus defeitos sejam conhecidos desde já do que um dia fazer má figura ao pé do senhor Visconde num wc qualquer.
Há 2 anos
27 comentários:
ó chefa, quecas à gajo????
(agora tenho que me recompor, depois volto cá...)
O Visconde é que disse, ou achas que aquela coisa da moral sexual queria dizer outra coisa qualquer? Estes posts do Visconde deixam-me sempre com duvidas.
a minha cabecinha está que não se aguenta. andei tantos anos com os gaijos para todo o lado e para além de ter ido sempre sozinha à casa de banho (excepto quando a das meninas tinha filas intermináveis e eles me levavam à deles), não aprendi o básico?
(sabes, até tenho medo que ele esclareça. aquele cérebro compartimentado...)
Eu nem sei o que diga, mas em abono do meu insuspeito parceiro de blogue adianto que existem aqui uma data de malentendidos porque não acredito que o Visconde não vibre como eu perante a sensual imagem de uma mulher a fazer chichi sentada.
era mesmo preciso deixar a conversa chegar a este ponto? era, bálhamedeus?
É um ponto de exclamação, Gaija linda. Tu sabes lá quão poderosa é a imagem em causa, vista deste lado da questão...
tou marabilhada! nem sei que te diga...
Tubarão já sei que te vou dar quando fizeres anos. Saló ou os 120 dias de Sodoma, do Fassbinder. Acho que te vais divertir...
Não é desse é do pasolini.
Tens toda a razão. sabes que depois de ter eescrito o comentario olhei para ele e achei qualquer coisa estranha. Pensei que era o Sodoma, fiquei na duvida se seria Sodoma ou Gomorra e meti a frase no google para verificar. Veio Sodoma, fiquei toda contente e publiquei... Asneira, claro! É do Pier Paolo, pois. O fassbinder é um pouco, ligeiramente, quase nada, mais chato.
(viste um filme dele chamado "O direito do mais forte à liberdade"? é terrível... acabas com vontade de te enforcar no primeiro candeeiro)
terrível, mesmo terrível; ainda hoje não me largou e por razões óbvias; do Pasolini gostei muito do Decameron, e outros.
gaija, estás imparável
Teresa, só para ter o previlégio de a ter "a tratar de mim" valeu a pena ter escrito o post...
(roei-vos, oh desafortunados...)
(e, naturalmente, terei que lhe explicar melhor umas certas e determinadas situações...)
Não. Vi esse do Pasolini e ía morrendo. Ainda por cima foi no Quarteto, estava tudo com comentários... Tb já vi na TV...
Visconde, por quem sois. Explique tudinho e se não conseguir peça para lhe fazerem uns desenhos..
(nem queira que lhe dê o tratamento completo. Por enquanto é só para ir percebendo a topografia muscular)
Este é violento. Quase tanto como As idades de Lulu.
Já agora, lembras-te de teres ido ver comigo o Aracnofobia? Foi naquele do Arieiro, na sala pequenina (Alfa Club?) e eu acabei o filme com os pés em cima do gajo da frente.
(pede lá com o teu jeitinho que explique como são as quecas à gajo...)
(Sim, pede lá!)
Visconde, a pedido de várias famílias explique lá essa coisa das quecas à gajo.
Já repararam que o Visconde se fechou em copas desde aquele triste episódio da agenda?..
(já é um lugar comum...)
Calamity, estou aqui...
(ainda escreverei hoje sobre o tema, minhas Senhoras. Mas tenho que dar aqui uma ordens e falar com umas pessoas e assistir a umas videoconferências antes disso...)
(prioridades trocadas, é o que é...)
(será que se fechou em espadas e está a preparar uma investida?)
Sim sim! (hihihih!!) Diga antes que vai trocar umas impressões com a chefe do galinheiro (a não confundir com a do curral...)
Fico à espera...
Visconde os chats na net com a webcam ligada agora chamam-se videoconferências? hummm... muito me conta.
CJ no curral não há galinhas, só aparecem uns galos mas isso é outra conversa.
Por isso mesmo, Teresa :-)
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