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Machos latinos ou machos cretinos?

(...) Este contexto cultural em que as mulheres valorizam mais os afectos e os homens a posse e o prazer físico, é responsável por algumas discrepâncias existentes, nas relações conjugais, quanto à importância da sexualidade. Na grande maioria das vezes as dificuldades sexuais da mulher têm a ver com perturbações da comunicação conjugal a outros níveis, sendo reactivas à tensão e hostilidade da relação, ou, mais simplesmente, ao seu empobrecimento. É portanto, uma forma de protestar através do corpo, compreensível à luz da psicofisiologia da sexualidade feminina. Também, por norma, as mulheres têm uma vida bem mais complicada que a dos homens e nomeadamente, se ganharam o direito de trabalhar fora de casa, continuam, no lar, a fazer as mesmas coisas que faziam antes desta "conquista", apenas com muito mais pressão e um esforço bem maior.

Por isso, continuam a ser socialmente punidas, mesmo no nosso tempo e na nossa cultura, pelo simples facto de serem mulheres. Desgastam-se mais, cumprem uma labuta tendencialmente mais intensa e, nessas circunstâncias, chegam esgotadas ao fim do dia, naturalmente indisponíveis para a sexualidade (que, então, constitui uma violência adicional) por muito que isso possa desagradar aos homens. Afinal, se não mudar o estilo de vida destas mulheres (e pelo menos uma parte dessa mudança passa por maior apoio e solidariedade dos companheiros, é bom que eles não fiquem a assobiar para o lado…) não há milagres, não vale a pena procurar sexólogos, por muito reputados que eles sejam.

Título: "Até que a sorte nos separe"
Autor: António Santos Pereira
Editora: Ambar
Prefácio: Júlio Machado Vaz