ELECTION

Ficheiro:Feminist Suffrage Parade in New York City, 1912.jpegEste é o dia de grandes decisões. O país pode mudar. Nós podemos mudar. Dentro de minutos vão abrir as urnas (é às 9, não é?) e milhões (esperamos nós) irão votar.

Eu não falei aqui de politica que toda a gente sabe que de politica eu não percebo nada. Não esgrimi argumentos por nenhum partido e/ou candidato. Não disse qual era a minha intenção de voto porque acho que a politica é mesmo o único assunto que não discuto na vida. A politica como exercício egoísta das pessoas que o exercem. Posso discutir as ‘politicas’ que essas pessoas defendem ou impingem a nós, cidadãos que hoje vamos eleger os nossos representantes.

Isso talvez faça de mim uma pessoa fútil e pouco envolvida em coisas importantes, não sei, talvez o seja. Mas prefiro discutir as medidas e não as pessoas. Isso não faz de mim mais desprovida de ideias do que já sou.

Mas uma coisa sei, sei que só há 35 anos é que todas as mulheres podem votar em Portugal (podiam votar para as juntas de freguesia desde 1931 desde que fossem viúvas, divorciadas, separadas de pessoas e bens, com família própria e aquelas que estivessem casadas mas que os maridos estivessem no estrangeiro ou nas colónias e só se tivesse o ensino secundário ou fossem titulares de um curso superior com certificado). Portanto, eu vou votar não no Manel, no José ou na Graciana. Vou votar na democracia, no meu muito recentemente adquirido direito de poder contribuir e decidir sobre o destino de quem nos governa.

Vocês que estão a ler e não vão votar porque está a chover, ou porque está sol, ou porque querem ver a sessão da tarde pensem no séculos que milhões passaram a lutar por este direito. Pensem nos quilómetros calcorreados em manifestações por todo o mundo para que vocês, todos vocês, o pudessem fazer livremente.

Não gostam de nenhum candidato, votem nas ideias. Não gostam das ideias, votem naquele que promete melhores coisas para os vossos interesses. Não vos peço para votarem porque é dever cívico, digo-vos apenas que vou nem que seja por respeito aos nossos avós.

E depois de tudo isto, resta-me apenas uma dúvida (que eu sou coerente e toda a gente sabe que eu é mais cor-de-rosa e brilhos e lantejoulas): uso o vestido ou vou mesmo de calças de ganga?

7 comentários:

sem-se-ver disse...

vá lá, uma que entende!

oh mente, isto assim não pode ser! duas coisas já em comum contigo??

ah, gandas malukas!

(a esta hora já deves ter ido. mas, se não, voto no vestido, e decotado, que o dia está de sol)

sem-se-ver disse...

«nem que seja por respeito aos nossos avós» - é isto que o torna dever cívico.

isto, e o facto de vivermos em democracia, que implica direitos, mas também deveres.

(e esqueceste-te do 'votem em branco' ou mesmo do 'votem em nulo', que são igualmente hipóteses disponíveis.)

dito isto, vou acabar de acordar e mais daqui a pouco sair, tomar a bica e ir à escola primária.

num domingo!!

CybeRider disse...

Compreendo perfeitamente o que dizes, mas não posso seguir as tuas opções...

É que se fôr de vestido acho que não me deixam lá entrar (a nossa democracia ainda não é tão democrática assim...)

calamity jane disse...

... Até porque às vezes é preciso mudar qualquer coisa para que tudo permaneça rigorosamente na mesma...
:-D

eleitor distraído disse...

O quê, as mulheres já votam?
Qualquer dia até as deixam fumar...

Marias disse...

E o Benfica, hem? Hem? 5-0 ?
ps: já fui votar.

Eh eh eh

gaija do norte disse...

os senhores deixaram-me votar como fui e não fizeram reparos.
(também, o senhor que lá estava mal tinha força para respirar quanto mais para fazer comentários...)