Espalhado pelo chão, coberto por cartão. Vadio, vagabundo, na ideia negligente dos que te vêem como um objecto representativo do fracasso, da perdição. Sem abrigo, para os poucos que interpretam essa mancha multicolor de andrajos de que se faz a tua presença como uma pessoa e não o que dela resta e a ninguém servirá seja para o que for.
Desististe do amor no meio de todas as coisas que já não tens nem reclamas, mesmo nos impropérios que exclamas encharcado numa zurrapa que te enlouquece apenas um pouco mais.
Espalhas-te pelo chão e cobres de cartão o frio, desaparecidas as vergonhas ou qualquer outro vestígio do orgulho de que entendeste abdicar perante ti próprio e aos outros nem ocorre poderes ambicionar.
Espalhado no alcatrão, abandonado como um cão no teu interior. A sós com a memória que te agride, entretido pela sobrevivência nos intervalos do tempo que dedicas à respectiva obliteração.
Há 2 anos
19 comentários:
(este foi para nós percebermos que essa cabeça não é só sexo e que depois de três seguidas ainda consegues pensar noutros assuntos?)
(foi mais porque ninguém se chegou à frente com um postezito para parar com esta pouca vergonha de sexo por todo o lado neste blogue. uma espécie de anti-clímax...)
:)
(foi uma maldade, queres tu dizer)
(hum... e o que é suposto dizer-se depois disto?..)
(maldade, Gaija? Tá assim tão feio?)
(diz-se que o tubarão é um mau porque dá 3 seguidas e depois arrefinfa com um urbano-depressivo prá malta não conseguir ir à quarta...)
(não, está bonito! mas, gaijo lindo, não podias ter escrito sobre abelhas ou assim?...)
(tá bem, abelha?)
:)
Estás a fazer-me sentir desconfortável com este post, Gaija. Mas tu já sabes que eu de vez em quando vareio e assim...
(Mas pronto, se tem que ser sobre abelhas vou ver o que consigo arranjar... Por ti só não faço o impossível. E é porque ainda não tentei.)
ohhh tubarão, não queria...
o teu post é só mais um daqueles que me deixa muda (e tu sabes como é difícil), mas é bonito, está bem escrito e lembra-me que existe um mundo não "vivo" como devia.
Eu sei, beleza nortenha. Mas mesmo assim, e como esfregaste bem a lâmpada, cumpri mais um dos teus desejos...
:)
Vocês dois, às vezes, deixam-me muda. Não sei se é mais bonito o post ou o diálogo na caixa de comentários...
Olha que coisa bonita que disseste, Peixona!
:)
Mereces uma beijoca virtual daquelas bem repenicadas.
merece duas, peixão!
a outra é minha :)
Tá a escorrer mel da posta de cima :-))
Considerem-se beijados de volta. Merecem depois do momento de ternura que inspiraram.
Daqueles momentos em que as palavras são desnecessárias e o silêncio não é desconfortável. É, pelo contrário, a mais profunda demonstração de harmonia.
(Agora que se calaram já posso dizer que gostei muito do que escreveste, Tubarão?)
(Diz, Chefa! Make my day...)
Gosto muito do que escreves.
E gostei muito deste post!
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