"All Titanic's passengers safe."
Segunda-feira, dia 15 de Abril de 1912. Faz hoje 97 anos que estas manchetes foram publicados nos jornais de quase todo o mundo. Um mundo muito mais pequeno que o de agora, mas um mundo feito à medida do Titanic.
Pelo sair da procissão, mesmo que não estivessemos fartos de conhecer as lendas, se adivinharia o que estava para vir.
Do cognome Unsinkable! que tão pouco durou até às histórias que ainda hoje fazem história, quase tudo o que rodeia o Titanic é mentira. Salva-se o iceberg que o perdeu.
Nunca gostei muito do Titanic. Não gostava da arrogância do barco, do Salve-se quem Puder desde que vá em 1ª classe, dos contos de fadas que tentaram pintar de rosa uma tragédia negra, dos mais e melhores e maiores que lhe qualificavam os adjectivos. E o filme, o estuporado filme que nunca vi e espero nunca ver, onde um DeCaprio se achava The King of the World e a desenxabida Winslet suspirava pelos convés. E da música, da terrível musiquinha que todos os nossos filhos aprendem a soprar nas flautas de plástico e que destronou a Rosa que arredondava a saia.
Não gosto de nada, pronto!
Será?! Mesmo de nada?...
Há dois anos, ou terá sido o ano passado?, o site FindMyPast pôs online, numa versão gratuita por poucos dias aberta ao público, as listas originais dos passageiros do Titanic.
Meti o nariz e aqueles nomes, escritos à mão a tinta preta, devidamente catalogados e onde até o diminuitivo aparecia nas colunas onde tudo se assentava, seduziram-me de imediato. As profissões, químicos da Alemanha, mineiros da Rússia, ourives da Bélgica, as famílias, muitas famílias de gente muito nova, as crianças que só apareciam como "children" se tivessem menos de 10 anos, as mulheres quase todas "wife", aquelas vidas, aquela vida toda que se afundou a meio de um caminho e que quase todos esquecemos porque Titanic são só as tais carinhas imbecis do Caprio e da Kate.
E tirei ali o Titanic do preto e branco das imagens para o pintar com o colorido das gentes que nele iam.
Ontem, empurrada pelo Odisseia, fui meter ainda mais o nariz. E descobri o Comandante Smith, o vilão da história que passou a herói porque a memória do melhor comandante do mundo, que na altura ganhava por ano mais do que o dobro de qualquer outro Comandante (3.500,00 euros, uma fortuna) não podia ser manchada pela realidade. E assim foram feitas estátuas ao homem que por arrogãncia e irresponsabilidade afundou um barco e cantaram-se canções e pintaram-se quadros do valente herói que enfrentava as ondas com um bebé nos braços quando o triste Smith nunca saiu do convés, depois de ter tido um colapso quando viu o barco a afundar-se e a sua infalibilidade a afundar-se com ele.
Ou a história de Bruce Ismay, um dos administradores da White Star Line, proprietária do barco, e que teve o azar de sobreviver ao saltar para um dos últimos salva-vidas. Assim que o seu nome foi visto na lista dos afortunados, William Randolph Hearst, o Citizen Kane do Wells, tratou de acertar contas antigas com ele e publicou no New York Post um simpático artigo com mimos do género "Who would not rather die a hero than live a coward?".
História moderninha, esta. Tão moderninha que nos é por demais familiar. Sim, que bastou uma achega do Hurst para aparecerem os tais relatos verídicos das fontes desconhecidas que viram o desgraçado do Ismay disfarçado de mulher num dos barcos, ou que o ouviram a insistir com o Comandante para aumentar a velocidade do navio porque queria chegar um dia mais cedo. Parece que tudo falso, mas contado tantas vezes, e em letra de forma como é da praxe, que da fama de culpado e cobarde nunca mais este Bruce se livrou.
Histórias. Tantas histórias.
A história do telegrafista que não recebeu as mensagens de aviso de iceberg porque estava a despachar os telex da gente importante que, pela primeira vez na história, podia comunicar de um barco. Ou a história do Mr. Marconi que rodeado de jornalistas foi esperar os sobreviventes para mostrar ao mundo que aquele primeiro SOS alguma vez mandado de um navio tinha salvo milhares de almas. Não salvou.
Ou a história da Infundável Molly Brown, mulher de armas e de dinheiro, que pegou nos remos e se fez à vida conquistando assim os salões da alta sociedade onde antes todo o seu ouro não lhe tinha aberto a porta.
Ou o Jack de boas familias que se atirou da amurada quando a banda parou de tocar e foi um dos seis sobreviventes apanhados nas ondas.
Ou a dos postais, que passados dias se vendiam aos milhares, com o desenho do barco a afundar-se. Um requinte de sense and sensibility.
E no meio de tantas histórias, um pormenor delicioso. O comandante do Hallifax, barco onde, supostamente, todos os passageiros do Titanic se encontravam a são e salvo, era o... Capitão Haddock!
Com mil milhões de macacos. No meio de tanta lenda só podia mesmo também haver muito álcool!
Bem vindo à história do Titanic, Capitão Haddock. Acho que fazia cá falta!...
21 comentários:
até chorei e td
(e dps comprei a picadora...)
Penitência para quem também viu ( o filme saiu numa publicação qq)... mas visto desta maneira ficou muito mais real! Obg Tereza!
eu bem digo.... mas será que só eu, e a gaija, claro!, não vimos a estuchada?
Santo, e choraste que nem uma Madalena??
claro. vi na cozinha e o raio da cebola era agreste. e recordo que quando lavei as maos e senti a agua fria ainda pensei baixar os escaleres e... (via-se mm que a historia era veridica)
pois, pois... engana-me que eu gosto...
eu?????
Tu. Na cozinha.... visão impossível.
ahahahah (Santo, a cebola se for cortada debaixo de água não faz chorar...)
(ó chefa, tive o dia que sabes, ainda tenho o irs pela frente e tu tens coragem me mandar com este jogo de cama de linho bordado? tá bem... agora que desabafei vou ler. ah, e claro que não vi o filme mas como penitência obrigaram o gaijito a aprender a tocar a musiquinha na flauta. penoso, muito penoso...)
a congelada made in Jumbo tb nao Anate
aquela aos cubinhos pronta a mandar para o tachito? gosto tanto dessa!
(agora vou ler)
Eu aqui a fazer umas pesquisas para um post sobre a bimby e vocês armados em bimbos...
Cebola congelada??
sim, chefa... vem em cubinhos e não faz chorar!
Fizeram um filme sobre o Titanic?...
Ana, lamento desiludir-te mas no que me diz respeito, mesmo debaixo do próprio iceberg que afundou o Titanic a desgraçada da cebola faz chorar. Posso dizer que sempre que alguém da familia me vê de faca e cebola em riste, arrancam-mos da mão porque sabem que vem de lá um vale de lágrimas, baba e ranho.
É por isso mesmo que, cá em casa, cebola picada do continente!!!!!
Vi 5 minutos do Titanic, conta?
E ainda hoje tenho raiva que tenha sido o filme a ganhar mais oscares. De raiva. E se é para falar mal do filme e do parzinho nojentinho, mais a músiquinha intragável (e obrigada pelo aviso. acabaram-se as aulas de música do puto!!!) contem comigo!
Boa! Acho que podemos quase fazer um clube.
Eu acho que também devo ter visto menos de cinco minutos e foi porque me apanharam à má fila. E nunca detestei tanto ver uma entrega de óscares como nesse ano.
Assim, tudo o que seja para dizer cobras e lagartos do par melado e intragável e da musiquinha insuportável, contem comigo!
Bem que podiam ter afogado a Dion juntamente com o parzito meloso, enjoativo e intragável...
(e tb ainda não li o conjunto de cama)
a Dion também ajudo a afogar...
e o diamante? vocês não ligam nada ao diamante, às tantas era proveniente de um olho de ídolo hindú e tinha uma maldição e foi por isso que o barco foi ao fundo,
eu e o capitão Haddock havíamos de tratar do azzunto
eu gosto da musica. e da dion
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