Diariamente, recebo na minha caixa de e-mail centenas de reclamações das pessoas em geral e de leitores de blogs em particular que me dão sugestões variadas, fazem reclamações pertinentes e se abespinham com o que aqui escrevo. Todos, sem excepção, me vergastam forte e feio. Que não gostam de mim. Que sou um maçador. Que sou um pedante. Que sou um tipo sem interesse. Que não gosto de mulheres. Que sou má gente. Que não respeito as pessoas. Que sou um marialva. Que não há direito, tanta gente a morrer à fome e eu fumar Cohibas. Quenão há direito, tanta gente no desemprego e eu a ingerir caviar Beluga. Que eu podia ser tão melhor e só me emaranho em temas menores.
Ora isto custa-me, a sério que custa. No meu pequeno mundo, fechadinho, de coisas menores, desinteressante e sem um pingo de adrenalina, o ponto alto do meu dia é a leitura dos e-mail que essa vasta multidão me envia diariamente. A sério, eu tenho sentimentos. Fico a pensar durante noites a fio na melhor forma de me emendar, não durmo, ando derreado. Sofro, enfim. Sou do tipo sensível, que querem que faça?
Maneiras que vou mudar, é tempo de mudar e o que eu quero é leitoras felizes com o meu desempenho e que não se aborreçam comigo. Desde aqui me comprometo, durante todo o mês de Abril, a só escrever sobre temas infelizes, taciturnos, coisas de amores não correspondidos, dias sofridos. Desde já asseguro que, em acabando este post, vou comprar uns sapatos número trinta e dois, de forma a que o único momento agradável do meu dia seja o momento de descalçar os sapatos.
Fica prometido. Até final de Abril, serei um homem novo. A não ser que me apeteça acabar antes, lá está…
Há 2 anos
22 comentários:
quê??? e eu que não enviei nenhum??? é que vou já tratar disso...
onde é que está a porcaria do email???????? caramba nunca encontro o que é preciso
chama-se a isso prudência meu caro, creio que era a interpretação aristotélica de phronesis, embora eu, como sou mais platónico, chega-me a reflexão, os espirros e a feijoada à brasileira, que é índice seguro de que só vai andar Morfeu nos meus lençóis e convenhamos que chega quando a loja vai fechando.
sempre ao dispôr,
E as fãs???? Aquelas que gostam de si exactamente como é.
Não sente remorsos em defraudá-las dessa forma?
Será que foi da Páscoa?
Tanta gente a dizer-lhe que gosta de si assim - eu não, o que é público! - e vai mudar por causa de uns emails?
Fosse agora e também lhe tinha mandado umas missivas de protesto.
(by the way... só vi agora que não lhe ligo pevas!...)
Tereza, estou de rastos. Acho que é o meu período cinzento, sabe?
Mente, não tenho fãs. Bem tenho tentado, mas nada. Só reclamações...
z, meu caro, mais que prudência, é uma era calimerística...
Escarlate, notei que você se absteve de me mimar. Já não vai a tempo...
Meu querido Visconde, embora esta fase me continue a soar como uma nota dissonante numa área de Puccini, respeito a sua vontade.
Ide enfiar-vos numa cave e afogar-vos em auto-comiseração.
E agora vou ali enviar um email... Só não sei é se a maltratar o Suburbano da Brandoa ou o Visconde de Vila do Conde...
Mente, aguado ansionamente a sua missiva de conforto.
(Visconde em refresh mode...)
Não sei bem se esse advérbio de modo é uma coisa positiva ou negativa, mas como calculo que na Brandoa não haja assim muita gente a usar advérbios de modo, já me dou por satisfeita...
;o)
ahahahhaahh...
mente, estiveste (como costume) muito bem.
Mas olha que estou com problemas de consciência, Chefa...
O sinhore está a sofrer... Eu não devia espetar-lhe mais farpas...
(talvez só mais uma ou duas... depois eu sopro...)
Mente, Tereza, tenho um problema. Dedos ágeis demais...
(para atiçar ou para apagar? deixa-o arder que lhe fazem falta uns calores)
Morde a língua, Mente Maria, morde a língua e não digas nada acerca dos dois ultimos comentos...
Tu consegues resistir...
Tu és forte...
Fecha a caixinha, fecha...
Mente linda...
Visconde, esteja caladinho que com a Mente entendo-me eu..
(Mente, ou falas ou...)
Tereza não desinquiete a nossa menina, ela a esforçar-se por se portar bem e você a levá-la pelos caminhos do demo...
Desculpe, meu Caro Visconde, mas quem me paga a avença é a senhora aqui acima...
Oh Chefa, é um mundo de possibilidades de piadas fáceis!!!
Então se conciliarmos os dedos ágeis do Visconde (as palavras são suas, meu amigo) com a sua pretensa (ainda estou a ser amiguinha, Visconde) necessidade de calores (as palavras foram tuas, Chefa)...
O céu é o limite!
Ou o Inferno...
Peixa, temos de ser educadas, que o Visconde assim nos obriga e para além disso há que nunca esquecer que um Visconde, mesmo vivendo naqueles sítios sem nome, nunca, por nunca, tira as luvas.
Vou já ali procurar o silicio na gaveta e arrepender-me de todas as piadas fáceis que me cruzaram a ideia...
(Nunca, Chefa? Mas nunca mesmo???)
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