Todos os anos, por esta época costumam aparecer umas revelações magníficas, que envolvem uns pergaminhos perdidos numas grutas no deserto, descobertas por uns pastores que se abrigam da chuva.
Há dois anos foi a descoberta do Evangelho segundo São Judas, afinal o beijo não tinha sido uma traição, tinha sido apenas o cumprimento de insondáveis desígnios e, afinal, Judas tinha sido o eleito para entregar Jesus Cristo, e assim cumprir as Escrituras, e não o traidor que o vendeu por trinta dinheiros.
Antes, tinha sido a datação por carbono 14 do Sudário de Turim, aquele que teria sido trazido da Terra Santa por Cavaleiros Templários e que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo depois da sua morte. Afinal, a datação por carbono 14 apontou para o século XIII, mas, lá está, a prova podia ter sido contaminada ou o linho podia ter sido restaurado nessa época.
Este ano, se eu pudesse escolher, havia de gostar de saber porque não coincidem os Evangelhos no que diz respeito à ressurreição.
Vejamos, São Marcos. Refere que os apóstolos fugiram, apenas ficaram algumas mulheres que também fogem com medo. Segundo São Marcos é um jovem vestido de branco que anuncia a ressurreição.
Já São Mateus, refere que o mensageiro da ressurreição é um anjo que a anuncia por entre terramotos e relâmpagos. As mulheres, que, segundo São Marcos, fogem assustadas e nada contam aos discípulos, agora estão alegres e correm a levar a boa nova, não sem antes se prostrarem perante Cristo ressuscitado.
São Lucas? Conta-nos que as mulheres (sempre as primeiras a chegar) encontram o sepulcro vazio. Pedro é o primeiro dos apóstolos a chegar, mas não vê mais nada que não o manto que envolvia o corpo. Cristo ressuscitado aparece mais tarde, incógnito, para uma refeição com os apóstolos.
Finalmente, São João. Agora é Maria Madalena a primeira que chega ao sepulcro. Pensa que o corpo foi roubado, afasta-se para depois regressar com Pedro. Agora são dois anjos que se transformam em Jesus Cristo.
Dava um belo tema para a Quaresma, comparar os Evangelhos. Acho eu, lá está.
Há 2 anos
4 comentários:
nem é preciso mais meu Caro, só assim já está bonito,
eu já estive a olhar para o meu Cristo ali na cruz com pensamentos daquele gato do vídeo lá de baixo, só que lá está, é de bronze, e eu interrogo-me se as minhas unhinhas dão conta do recado,
mas também já Lhe disse que podia vir parar à minha cama que eu fico a ronronar esfíngico de acordo com os trânsitos que se anunciam,
enfim sugestões não faltam,
ah que bom: um pastel de tentugal e zuuuum
'té
Comparar evangelhos é coisinha que dá da Quaresma até ao Natal...
Mas o que me intriga neste belissimo texto é o seguinte:
As mulheres eram umas moiras de trabalho. Elas é que faziam tudo nesse tempo. Os homens andavam no pastoreio e nos mercados e a falar com Deus e a levar os filhos para os montes para os sacrificar e a fazer lá as coisinhas deles. Mas ainda assim, eram as gaijas de trabalho que eram sempre as primeiras a chegar...
Mais uma teoria minha que se confirma: Deus é mesmo mulher (eu sei disto e tenho argumentos fortes!!!)!!! Só assim se explica que as duas entidades tenham o dom da ubiquidade....
Mente, essa tua teoria é interessante mas se Deus fosse mulher já tinha arrumado a casa há muito...
Visconde, este é para ler e reflectir. Já cá venho com mais calma.
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