Eu confesso que tenho algumas dificuldades em lembrar-me de coisas que odeie nos homens. É que, contrariamente, à convicção comum, o nosso passatempo favorito não é odiar homens. Até gostamos, regra geral, muito deles. Gostamos das mãos fortes, da barba áspera na nossa pele… Ai que me estava a distrair! Não é o que gosto. Au contraire, meine friends…
E com isto em mente, passamos então ao Tomo IV.
Toda a mulher gosta de um homem bem sucedido, que gosta. Não me venham cá com tretas do amor e uma cabana que isso é lindo no primeiro mês. Tem que haver equilíbrio e estabilidade para que a coisa resulte. E além disso, eu tenho cá para mim que as gaijas que começaram com as balelas da igualdade, deveriam ser queimadas em fogueiras à laia de bruxas da Inquisição. É aquela que eu considero a pior invenção de todo o sempre, essa da igualdade… Mas adiante…
Como eu ia a dizer, gosto de homens bem sucedidos, de homens confiantes, de homens seguros. Agora, meus amores mai lindos, não há saco que aguente um gaijo que não saiba falar de outra coisa que não seja o seu sucesso. Ele é a casa fabulástica que comprou ou vai comprar, o carro espantoso que conduz, o telemóvel de última geração, o relógio que lhe massaja os pontos de acupunctura do pulso e, acima de tudo, a sua espantosa pessoa. Tão brilhante e fabulosa que não erra nos negócios, não se engana, não falha. E, invariavelmente, com estes especímenes, se erram, se se enganam, se falham, a responsabilidade é dos outros.
O que é que eu faço? Desligo. Penso nas aulas a que tenho que ir nessa semana, a ementa dos jantares do Peixinho, na problemática do Médio Oriente, na tabela periódica… Quando o ego desmesurado pára para respirar e verificar se ainda estou viva (não que ele tenha o mínimo interesse na minha saúde, mas parece mal falar sozinho!), sorrio, interrompo a lógica mental que me levaria decerto à descoberta da vacina da Sida, inclino a cabeça e emito um singelo: “pois”. O que, por norma, lhes dá ânimo para mais meia-hora de dissertações, o que equivale a meia-hora de descanso do meu cérebro que volta a concentrar-se em coisas realmente importantes, como, por exemplo, nesse dia evitei uma perda de milhões de euros o que me levou a aceitar esse convite para, de alguma forma, comemorar. Mas claro que eu não lhe vou dizer isso. Não. Vou deixá-lo falar mais um bocado do novo cliente que tem. Volto às coisas importantes. Aqueles sapatos, que vi ontem, eram de facto mesmo giros. Talvez vá comprá-los ou então os outros do lado esquerdo da montra…
Meus queridos, não queremos saber quantos cilindros tem o vosso carro topo de gama comprado a semana passada. Não queremos saber se o vosso telemóvel faz piruetas como o Baryshnikov. Não queremos saber se o vosso relógio resiste à falta da gravidade lunar. Queremos saber de vocês. Quem são. Não o que fazem. Não o que alcançaram, mas porque é que se sentiram compelidos a alcançá-lo. Para saber de conquistas na área financeira e afins, existem no mercado uma série de biografias muito bem escritas que podemos ler e sem termos que usar saltos altos e roupa que muitas vezes nos incomoda em sítios que ainda não foram cartografados anatomicamente.
2 comentários:
BRAVO
BRAVO
BRAVO
BRAVO!
Não há nada pior que um superego exarcebado!
Sexy é um homem bem sucedido que se sente tão confortavel no seu papel que se esquece de contar o que faz e nos brinda com o prazer da questão...quando queremos fazer conversa...
e continuando, não há nada pior que um homem que consegue falar sozinho sem se aparceber que os eu interlocurtor está mentalmente a fazer a lista de comrpas do supermercado para o dia seguinte..
Get over yourself
And just for the record...concordo..quem inventou essa hisotira de igualdade...ui...a dor que eu poderia infligir...
Postar um comentário