A Elsa Preta

A Elsa era uma figura. Era filha da Cega, boa gente, e mulher do Abel, homem honrado e trabalhador, mas nunca lhe chamaram a Elsa da Cega ou a Elsa do Abel, foi o Preta o que se lhe colou ao nome. Lembro-me dela desde garota mas nunca soube de onde lhe veio o acrescento nem quem lho pôs tendo sempre acreditado que se devia ao encardido da cara que poucas vezes deve ter visto água. A Elsa tinha filhos, muitos, não sei quantos que nunca os consegui contar por serem facilmente confundíveis uns com os outros devido às manchas pretas que também os cobriam a eles. A Elsa vivia do magro ordenado do homem dela e da caridade alheia e o único trabalho que se lhe conhecia era o pedinchar de porta a porta, sempre recompensado. Um dia a casa da Elsa acabou de cair, acho que o peso do lixo ajudou, mas a Elsa já tinha pedido uma casa nova e o que a Elsa pedia normalmente tinha. Mas o que a Elsa se esqueceu foi de pedir também a vizinhança e como há segredos que só se adivinham depois de serem contados a casa nova que tinham dado à Elsa era paredes meias com a casa da amante do homem da Elsa e a Elsa disse que não, assim não queria, tinham de lhe arranjar uma casinha mais arejada. A Elsa era pobre mas não era pobre a pedir e quando soube que ou era aquela casa ou não era mais nenhuma tratou da vidinha dela.
Lembro-me perfeitamente do café, lembro-me de estarmos todos ao balcão e lembro-me da Elsa a entrar. Lembro-me de ter pedido para a ajudarmos a encontrar o número de telefone de uma televisão e lembro-me do choradinho que se lhe seguiu com o desenrolar todo das misérias e dos filhos e da casa a cair e dos filhos e da casa e da casa e dos filhos e da injustiça que tudo isso era e de como a incentivavam do outro lado, que a vida custa a todos, não é só à Elsa Preta, e nunca se sabe se se deixa cair uma história e os outros pegam. E lembro-me também, isso nunca vou esquecer, do argumento final da Elsa já que quanto mais não fosse foi ali, naquele momento, que todos os que a ouvíamos soubemos que ela e o Abel, o Abel da amante da casa do lado, o Abel pai dos filhos todos dela, que eu nunca soube quantos eram, o Abel que assentava tijolo mas que por muito tijolo que assentasse nunca era suficiente, pois ela e o Abel, esse Abel, não eram casados, assim casadinhos e de papel passado. Não é que esse pequeno pormenor tivesse para nós grande importância, que ela era a Elsa Preta filha da Cega e mulher do Abel e pronto, mas para ela, naquele momento, foi fundamental, porque deu-lhe a oportunidade de rematar o rosário das queixas com um quase desesperado "sim, e ainda por cima sou mãe solteira" que deve ter feito a alegria do ouvido que vampirescamente a escutava.

A minha amiga Peixa gosta de homens arrogantes, grisalhos e de fatos às riscas. Eu, que tenho mais uns anos que ela e já não sou tão exigente, dispenso os fatos às riscas e mesmo o grisalho já nem é tanto um gosto tout court mas mera precaução porque crianças para tratar já tenho as minhas e chegam-me. Não sei, portanto, se é por ser arrogante e grisalho que gosto dele, mas acho que não. Acho é que me basta pensar nas alternativas que temos e ver a  Elsa Preta pintada e escarrapachada nelas todas para quase o distinguir como o homem da minha vida. Eu sei que ele não é santo, e nem eu que gosto de santos lhe exigia tanto, mas também sei que o poder que ele tem foi-lhe dado por nós, por mim, que só não votei nele porque não pude, e por todos os que um dia acordámos com tanques e cravos na rua e nos habituámos depressa a essa coisa engraçada de escolher quem manda e fizemos dela herança dos nossos filhos. E eu sei, e todos nós sabemos, que mais tarde ou mais cedo o tipo arrogante e de cabelos grisalhos vai ter de nos prestar contas e também sei que eu, e vocês, vamos exigir as continhas bem feitas. O que me deixa inquietada é que a Elsa Preta sabe mais do que eu, muito mais, que a mim não me dão casas e também sou mãe solteira, a Elsa Preta sabe que há quem não tenha de prestar contas. A Elsa Preta sabe que ela, tal como o gajo arrogante e grisalho, presta contas a todos mas há por aí quem não tenha de dar satisfações. A mim, pelo menos, nunca me deram. Acho que lhes chamam o 3º e o 4º poder e só o facto de saber que são poder, seja lá o número que tenham, e não me prestarem contas, ou a vocês todos, que nesta coisa de contas não quero exclusividades, deixa-me desassossegada porque assim como assim eles também riscam na minha vida. É que nunca me pediram para eleger um juiz e os outros, os tais que se arrogam de 4º poder e a quem a Elsa Preta chama quando a casa que lhe querem dar não lhe serve porque ao lado vive a amante do Abel, também não me mandam nem um postalzinho no Natal. E eu fico incomodada com essas coisas. Muito incomodada. É que quem me conhece sabe que eu gosto de ganhar, gosto muito de ganhar, gosto tanto de ganhar que sou incapaz de fazer batota porque isso não me dá aquele gostinho especial de saber que ganhei porque sou melhor, mas se começo a ver que toda a gente à volta da mesa é batoteira então as regras passam a ser outras e se é para ver quem faz melhor batota podem contar comigo. A chatice nisto da batotice é que deixo de saber qual o jogo que estou a jogar e como não sou a Elsa Preta, que não me chega a sabedoria e a batotice para tanto, nem uma casa mesmo com amante ao lado tenho para as minhas filhas, a única herança que lhes posso deixar é a tal que tem um gostinho especial, a de poderem escolher quem manda com regras que sabemos quais são.

Gosto de homens arrogantes e grisalhos. E gosto dele. Quanto mais não fosse porque não gosto, nunca gostei, da Elsa Preta.

17 comentários:

Anônimo disse...

Estou a digerir este post. Não gosto dele e nunca gostei de ninguém daqueles lados. Este sitio cada vez mais mal frequentado (falo do penico em que se transformou este País) é a prova provada de que afinal, o 25 do 4 serviu sim para, e só, podermos escolher de 4 em 4 anos um grisalho qualquer. Mas como pode um povo saber escolher se, se contenta com doses maciças de telenovelas, futebol e miudos a cantar, que mais parecem marionetas de uma qualquer feira (não isso não é trabalho infantil). Estou a digerir este post.......!

Anônimo disse...

Fui eu

Fusão

Teresa disse...

Tens esse tal povo em muito má conta. Queres o quê, uma oligarquia do Canal 2 e Arte?

sem-se-ver disse...

olha que bela ideia seria!


(resposta ao teu coment d'acima)

Mente Quase Perigosa disse...

Olha, minha amiga, gosto de homens de fatos às riscas, grisalhos e arrogantes mas (nestas coisas há sempre um mas, não é?) não gosto dele.

Porquê? Porque respeito demais a heranças das minhas sobrinhas. Respeito aqueles que lutaram para que eu nascesse numa democracia.

Esse senhor é um déspota disfarçado. Ou isso ou um ser invertebrado. Seja como for, entre as duas venha o Diabo e escolha.

Toda a gente sabe que de politica, eu não entendo nada, mas neste momento a politica parece-se demasiado com a história da cenoura e do burro. Acenam-nos uma cenoura e nós andamos. Andamos porque somos um povo de brandos costumes. Andamos porque ainda esperamos o D. Sebastião que nos vai salvar dos espanhóis, da miséria, da crise. Mas a realidade é que não temos nada, ao contrário da Floribella, até em sonhos estamos a ficar pobres.

Vivemos num limbo de futebol, telenovelas e reality shows. Sonhamos com a fama e fortuna dos Filipes e das Dianas porque sabemos que nós nunca a teremos.

E, contrariamente aos entendidos da economia, eu sou mais Velho do Restelo e acredito que o pior ainda está para vir.

E espero, que por uma vez, eu esteja enganada. Muito enganada...

Teresa disse...

Credo. A minha vida ao gosto do Lars von Trier. Mal por mal prefiro o Padre Borga que sempre dá para fazer umas coreografias giras.

Teresa disse...

Peixinha, só agora vi o teu comentário e até estou de acordo contigo nos princípios mas a merda é que isto funciona com entretantos e nesses entretantos diz-me, qual é a alternativa?
sabes o que me chateia? Passámos anos, eu, pelo menos, passei, a achar que isto só ia lá com um gajo arrogante que mexesse com as corporações instituidas e quando o gajo arrogante chega e começa a mexer, e mexeu muito, andamos para aqui aos gritinhos porque nos dizem que o gajo é gay e não é engenheiro e desenhou umas casas foleiras na Covilhã. Eu não sei se é assim ou não e tirando as casas foleiras na Covilhã o resto nem me incomoda. Incomoda-me, muito, a memória curta porque eu lembro-me muito bem de quando o Cavaco foi primeiro-ministro e de como nos bastava, e eu digo "nos" porque fui metida no embrulho, comprar um camarote no estádio da Luz para que uma empresa com milhões em dívidas ao fisco (e estamos a falar de escudos, ó miúda...) lá fosse andando cantando e rindo. O gajo pode ser um filho da puta, até acredito que o seja, mas no que não acredito é que seja o anti cristo que querem fazer crer que é. Não me digas que entre ele e o casal brangelina, ou monizina, achas que o sacana é o Sócrates. É que sabes, eu lembro-me de quando o Moniz, e a Manelinha, tinham poder. Acho que o Crespo também se lembra apesar de agora estar esquecido. E até o nosso Fusão, ainda a digerir o post, se deve lembrar. Mal por mal prefiro o poder do arrogante, pelo menos sei de onde lhe veio e para onde pode ir.

Anônimo disse...

Não Tereza, quero um povo que pense, que discuta, que não se deixe comprar por um prato de lentilhas, que seja vertical e integro, não seja corrupto e defenda a liberdade a todo o custo. Estou farto de sucateiros com ou sem fatos ás riscas, de Pós Graduações antes de se ter a licenciatura, tirada num vão de escada de uma UNV qualquer, dessas que nasceram como cogumelos. para serem sucursais da 5 á SEC, não é pedir muito, pois não?

Con Fusão

Anônimo disse...

Não Tereza, quero um povo que pense, que discuta, que não se deixe comprar por um prato de lentilhas, que seja vertical e integro, não seja corrupto e defenda a liberdade a todo o custo. Estou farto de sucateiros com ou sem fatos ás riscas, de Pós Graduações antes de se ter a licenciatura, tirada num vão de escada de uma UNV qualquer, dessas que nasceram como cogumelos. para serem sucursais da 5 á SEC, não é pedir muito, pois não?

Con Fusão

Anônimo disse...

Tereza, sei que sabes e eu também o sei, que o tal 5º poder é um ninho de viboras rastejantes no pior sentido, a maioria faz fretes atrás de fretes á espera de um lugarzinho como assessor de imprensa num Ministeriozinho ou numa empresa dominada por uma golden share qualquer. Bocas, Moniz Crespos e outros são peões de um xadrez mais amplo, vê quem detém o poder na CS. O pinto de Sousa tentou fazer frente aos lobbies, tentou, mas depressa cedeu ao populismo e o resultado está aí. Quem será melhor para governar esta coisa? Gostava de saber. E gostava muito mais de ter esperança.

Fusão

Mente Quase Perigosa disse...

Tereza, tu sabes que eu sou uma ruralóide dos 4 costados. Cá os projectos medonhos na Covilhã, ou as licenciaturas que não o eram, ou mesmo a Mena e o Moniz, a mim não me aquecem nem arrefecem. É que é mesmo para o lado que eu durmo melhor.

O que me aquece o sangue na guelra é mesmo ver a taxa de desemprego. O que me move é ver a criação de rendimentos sociais e afins numa vâ tentativa de atirar areia para os olhos enquanto o país afunda. O que me faz gritar é ver quem nada faz ser sustentado pelo Estado e os que trabalham que se desunham serem sobrecarregados com taxas e impostos e encargos para sustentar esses que nada fazem. Para sustentar as Elsas Pretas (ou brancas que eu cá não sou racista).

Custa-me pensar que devo dizer ao meu filho que em vez de ser alguém e ter um trabalho é talvez melhor tornar-se um estudioso de como nada fazer e viver à custa de um Estado que tal como a burguesia (que já não o é) vive das aparências.

Mas tal como eu disse, eu de politica não entendo nada, entendo é de pessoas. As pessoas que por exemplo vi chorar quando lá no colégio se aplicou a nova lei da SS e as mensalidades duplicaram. E essas pessoas de lágrimas nos olhos não sabiam o que fazer para pagar o colégio dos filhos. E depois havia os que chegavam de Audis e Mercedes e quejandos e que pagavam metade ou um terço da mensalidade dos que aqueles que choravam. Porquê? Porque aprenderam aquilo que eu ainda não sei que devo ter faltado a essa aula, como apresentar uma declaração de IRS com o ordenado minimo quando se ganha milhares por mês. E tenho pena de ter faltado porque se lá tivesse estado, talvez não ouvisse o que ouvi: que como sou mãe solteira ainda pago mais porque somos só nós dois no agregado familiar!!!!

O Freeport? Não me diz nada. O Manelagate? É-me indeferente. O curso por fax? Quero lá saber. Mas as pessoas? Essas dizem-me muito. E é no mundo delas que eu vivo. No mundo das penhoras de vencimentos que me passam pelas mãos. No mundo das dividas às finanças. No mundo das renegociações de spreads e de períodos de carência. E nesse mundo, o governo não vive. Deve ser como o tal deserto da margem sul, eles lá não entram jamé!

Mente Quase Perigosa disse...

(E vou passar ali mais uma camisinha que isto de comentários maiores que posts, cansa!)

Teresa disse...

(e eu vou papar ali uma novelinha, ou jogar um Carcassonne, e já cá venho responder-vos)

Ângela disse...

Tereza,
independentemente da minha opinião sobre o PM, tenho de concordar integralmente com o comentário da mente quase perigosa porque o que se vê por aí mostra, até ao limite do absurdo, que vale a pena é saber fugir ao IRS, não trabalhar e viver dos RSI e afins...
E, depois, quem trabalha, quem paga impostos, vê esse esforço todo ir em favor de quem não o merece.
Não sou um bicho sem coração, mas tenho muitas reservas quanto a estes apoios, porque a fiscalização é nenhuma e as fraudes são mais que muitas.
Faz pensar se não deveria fazer o mesmo - ter-me borrifado nos estudos e agora fazer 9.º e 12.º anos através dos CNO's, entrar na faculdade com o regime de maiores de 23 anos e depois fazer o período mínimo (período de garantia) a trabalhar em qualquer coisa e depois... vivam os subsídios!
Enfim... Quem precisa deve ser ajudado, mas quem não precisa deveria ser obrigado a pagar cada tostão que lhe foi erradamente dado.

GormezindaDoRestolho disse...

Não gosto de Elsas pretas, nem brancas, nem ciganas, nem das q frequentam o CAT durante o dia e à noite andam a dar o corpo para mais uma dose. Nem dos companheiros de Elsas Pretas, ou brancas, ou ciganas q fazem biscates e fingem que trabalham para assim q a tarde cai, cairem com ela, bebados ou ressacados da droga. Sou eu, e como não sou egoísta, somos todos nós q pagamos, a metadona, o médico lá no centro de saúde, o apoio psicológico e, claro o tal "ordenado" mensal.
E também sou eu, q até sou funcionária publica, q vou ter o meu ordenado congelado, eu q não consigo enganar a minha declaração de rendimentos, q vou contribuir com os meus impostos para o aumento do senhor de fato às riscas e seus lacaios:

http://www.inverbis.net/sistemapolitico/ministros-gastar-mais-2010.html

Mas gosto de fatos ás riscas, de preferencia a cobrirem homens grisalhos, cultos, com sentido de humor, e honestos. Arrogantes não gosto, a arrogancia tem q ser usada com cuidado, para não roçar a má educação.

Ou seja, não gosto dele, não gosto da voz dele, não gosto da arrogancia dele, não gosto da falta de transparencia na e da politica dele. Não gosto e pronto.

Anônimo disse...

é muito mais fácil não gostar do que gostar. Há muito pouc@s que tenham coragem de dizer que gostam de um governante, passados estados de graça. Esses, são, no mínimo, frontais, já que aqui ninguém ousa falar em vendidos, espero eu. Estou contigo Tereza, quanto mais não seja porque não gosto de touradas, ou seja, fico do lado do touro.

Teresa disse...

Vou tentar responder mas é impossível ser individualmente.
Primeiro, não confundir a parte com o todo. Eu disse que gosto do homem, e gosto pelas razões que já disse e por achar que é dos poucos que ainda tem tomates, pardon my french como diria o Sr. Visconde, mas ainda não disse se gosto ou não das políticas dele. Acho que nos últimos 4 anos teve a coragem de fazer reformas que lhe trouxeram o ódio de quase todos, tal como se sabia, mas não sei o que irá fazer nos próximos, sei é que cá estarei de caneta e voto na mão para avaliar quando me chamarem.

Meteram, nestes comentários, o Rendimento mínimo, ou de Inserção, os desempregados e por ai fora. Li queixas de se estar a pagar a quem não quer trabalhar e de se deixar desprotegido quem o quer fazer mas não tem como. Para começar acho estranha esta conclusão a não ser que se tenha um prisma nos olhos. Então acham que uns só não trabalham porque são mandriões e vivem à pála, que empregos não faltam por aí, e outros não trabalham porque este país está uma desgraça e nem há trabalho para quem dele precisa. Decidam-se, há empregos ou não há empregos?
E agora pensem comigo. Acredito que muita gente recebe o tal rendimento injustamente mas também sei que há por aí muito desempregado, gente séria e honesta, a viver à conta da segurança social, mas a questão é tentar perceber quem é o grande número dos que vivem graças ao rendimento de inserção. a mim parece-me que são pessoas que por uma razão ou outra estão desinseridos ou mal inseridos na sociedade sendo-lhes particularmente dificil arranjar um emprego. trabalho? Esse talvez arranjem porque são eles a carne para canhão. São eles que durante anos seguidos se sujeitaram a ser contratados por gente sem escrúpulos que lhes pagava misérias para coserem sapatos em casa ou carregar baldes de cimento, não tendo regalias, não tendo respeito, não sendo tratados como gente. O que acontecia é que a fome falava mais alto mas sujeitando-se a isso estavam a ajudar a perverter o mercado de trabalho. Havendo escravos não se contratam homens livres e são estes que ajudam a criar uma sociedade mais justa. são eles que exigem contratos, descontos para a segurança social, assistência médica. são eles que pagam impostos e obrigam quem os emprega a pagar também. Se eu prefiro pagar a alguns para ficarem em casa sem fazer nada para que outros tenham trabalho? Prefiro porque acredito que acaba por ser mais justo e, como gostam é de continhas, talvez até nos fique mais barato.