Os (novos) amigos de Alex.

Não nos juntámos para enterrar o Alex, que nem sei quem é muito menos se morreu ou não, mas juntámo-nos.
Fomos nove durante o fim de semana. Três adultos, seis crianças. Eu, ela, ele e as nossas crianças todas. Dois de cada um.
Cada vez que nos arrastávamos para a praia e montávamos o nosso estendal de ciganos eu tentava pôr-me na pele das simpáticas senhoras do lado e fazer connosco os jogos que faço com os outros - vamos lá adivinhar quem é quem.
Impossível. Acho que nem mesmo uma imaginação fértil como a minha consegue deslindar as novas teias sociais e familiares.
E dávamos nas vistas, ai pois dávamos. Seis miúdos a deslocarem-se em matilha ululante dão sempre nas vistas. Quando no meio deles vai a Clara não há quem não olhe, nem que seja só de lado. Se a Clara vai e vem com os outros sem que um só dos adultos mostre a miníma preocupação e se digne ir atrás, a coisa fica ainda mais estranha. Mas não tão estranha como aqueles três a quem chamam pai e mãe à vez sem se saber quem é quem no meio da história.
E olha, agora ficaram os três sozinhos. Deve ser pai, mãe e tia. A tia é a do bikini das flores. Não, essa é a mãe, a tia é a outra. Aqueles são filhos do casal, os outros sobrinhos. Mas qual é o casal? Que casal?
Toca um telefone atendido por ele. Toda a gente ri. O telefone é passado de mãos. Sai um grito praia fora - Meninos, venham cá os dois, a vossa mãe está ao telefone e o vosso pai disse-lhe que não sabia de vocês.
A mãe? Ainda há outra? Eles devem ser irmãos e vieram com os filhos para a praia. Mas não, olha para ele, vai-se insinuando às duas. Não é irmão de certeza.
Não, não somos irmãos e por alí não há sobrinhos como nos livros da Disney. Por ali há três familias do hoje, pai ou mãe sozinhos com os filhos, e por ali há também três malucos nascidos nos anos sessenta e que alguma coisa deles devem ter herdado. Nem que tenha sido a capacidade de serem amigos e de delas duas pegarem nos filhos e se juntarem com um ex-namorado comum e os filhos dele para passarem o fim de semana.
E correu bem, acreditem que correu.

6 comentários:

Anônimo disse...

bonito, com a tua escrita também fui aí no meio cravar lume,

z

Anônimo disse...

Hi, hi, pois as nossas mães não queriam acreditar, nem a dele, especialmente qd disse (eu) que íamos atirar a moeda ao ar por ele... hi hi hi

Teresa disse...

claro. moeda ao ar ao pé dele? ficavamos logo sem a moeda, que sabes como ele é - vale mais uma moeda na mão que duas gajas no ar...

Anônimo disse...

e faltei eu claro....

Teresa disse...

e faltaste mesmo.... o embrulho tinha sido ainda maior... e podias ter ouvido a história do Seb. Contada na frente dos avós e assim que aqui chegou...
"Teresa, pai, venham ouvir a minha história.
Fui brincar para a rua descalço e fiquei com os pés pretos. Começaram a chamar-me Pata Negra. Depois, ao jantar, o R. atirou-me uma rolha como o Conan faz e disse mete no cu. Eu meti e passei a ser o Pata Negra Caga Rolhas. A mistura dos dois deu...Capitão Punheta!"
Eu atirei-me para o chão a rir. O pai Conan já lá estava. Os avós, que já conheciam a história, estavam-se a rir desde que ele abriu a boca. A anónima ali de cima - olá anónima! - ficou tão perdida que não sabia se ria se chorava e os outros miudos pegaram na deixa e não se calaram durante o resto do fim de semana.
Como vês só faltaste tu para animar ainda mais o pessoal...

Anônimo disse...

hihihi sem duvida eles(s & r)
são miudos fantasticos...
fica para uma proxima