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As gajas são lixadas

O vento acalmou, deixou de chover e o Sol até dá um arzinho da sua graça. Hora de dar uma volta lá por fora e fazer o balanço dos estragos.
Nada de especial. Uns ramos partidos, cadeiras no meio do jardim, telhas levantadas. Pouco grave.

Mais uma vez, tinha-me precipitado nas conclusões.
Ainda não tinha entrado na lavandaria e já ouvia uns barulhos estranhos mas perfeitamente reconhecíveis. No chão, encostados à máquina da roupa, lá estavam eles. Dois cachorros que ainda nem os olhos abrem, filhos da cadela preta. Eu sabia que tinham nascido e até sabia onde estavam, mas a última coisa que me apetecia era que as miúdas os vissem. Estava decidido que estes saiam daqui o mais depressa possível.
Sacana da cadela deve ter-me lido os pensamentos e esta noite, no meio da chuva e do vento, pegou nos filhos e veio deixá-los onde sabe que estão a salvo.
Trocou-me as voltas, foi o que foi, porque para além de me ter comovido com este instinto de mãe protectora que carrega as crias nos dentes pelo meio da tempestade, eles são tão lindos...

(mas está decidido.... não podem ficar cá...)