Uma resposta para @na.

Nos últimos tempos tem sido assim. Leio os posts no sítio deles e depois apetece-me responder aqui. E acabei de ler um post da @na, no fios, e apetece-me responder-lhe. Aqui.
Diz a @na que cabra já é, gostava era de ser uma cabra insensível.
@na, deixa-me contar-te um segredo - tu não querias nada disso.
Nem eu.
E mais - tu não és cabra.
Nem eu.

Acho que nunca te contei como apareceu o nome deste blog. Um dia, depois de ter respondido a um email, ia assinar o teresa do costume mas parei e achei que não era comigo que estavam a falar, mas com alguém que tinha sido nomeada a cabra de serviço e lá ficou o teresa nas teclas e saiu o cabra, e de serviço, claro, como as farmácias.
Precisam de uma cabra? Muito bem, aqui estou. Passaram as dorezinhas? Claro, nada como a aspirina do costume que é da bayer e tudo.
É que sabes, dá sempre jeito termos na nossa vida cabras de serviço, que se partirmos o prato da avó, espetarmos o carro ou perdermos o emprego, nada melhor que apontarmos as armas à cabra de serviço e ficarmos de alma limpa, e assim, em prol do bem comum, resolvi assumir o papel que me deram - cabra.
E depois é simples, se dissermos que somos cabras é menos um nome que nos podem chamar. Chamar cabra a quem se diz cabra só pode ser um mimo.

Mas @na, pensa comigo. Será que somos mesmo cabras ou só nos pomos a jeito? Sim, temos narizes empinados, mau feitio, ou génio, ou o que lhe queiram chamar, somos desenrascadas, inteligentes, racionais q.b., sabemos o que queremos, ou pelo menos o que não queremos, dizemos o que nos vai na alma que não temos feitio para rodriguinhos, temos a mania que somos cowboys e nunca conseguimos enganar ninguém, que ou nos compram pelo que valemos ou nem vamos a jogo que temos demasiado orgulho no que somos para pensarmos que temos que fingir o que quer que seja. Isso não cai bem? Pois não, mas azar, azarinho, temos pena, somos assim e não vamos ser assado só porque nos dá mais jeito. Gostamos demasiado de ganhar para fazermos batotice. Em qualquer jogo que seja.
Não, não somos cabras, mas garanto que teriamos uma vida muito mais fácil e muito melhor se o fossemos.
Conheces o Sebastião? Apareceu aqui com um ar de cachorrinho abandonado, olhos ternos, pêlo branco aos caracóis, lambidelas de mimo e a fazer juras de amor em tudo o que era latido. Foi metido dentro de casa porque coitadinho, era tão amoroso, não era?, e agora é o que se sabe - um sacana do piorio, pronto a defender o que acha que é dele e a morder a mão que lhe dá comida. Os outros cães, os grandes e com ar de maus, as "cabras", continuam lá fora e nunca morderam ninguém, mas têm mesmo ar disso.
Queres outra história? Há muitos anos, quando mil paus eram mil paus, andou uma nota dias e dias seguidos em cima de um armário da sala de jantar na casa dos meus pais. Dia após dia a nota ali estava. Criava pó, mas nunca ninguém falou nisso. Olhei várias vezes para ela mas nunca consegui deitar-lhe a mão, que sabia que me cairia em cima o carmo e a trindade. Um dia a nota deixou de estar e nesse dia, ao almoço, o meu pai perguntou o que lhe tinha acontecido. A minha irmã, que nunca foi cabra, muito menos de serviço, disse de imediato que era ela que a tinha, porque se a nota estava ali há tanto tempo e ninguém lhe mexia era porque não tinha dono e se não tinha passou a ser dela. A coisa acabou com umas gargalhadas de toda a gente, mas eu aprendi a lição. É que acredita, tivesse sido eu a fazer o mesmo e não se teriam ouvido gargalhadas naquela mesa, porque a conversa teria sido outra e muito mais séria. É que a nós, cabras, a inocência não nos fica bem e tudo o que fazemos tem de ser avaliado, responsabilizado, julgado e cobrado, pois claro.
Mas achas que somos cabras, @na? Só se fôr de serviço, como as farmácias. Porque, como já disse, é sempre bom termos uma aspirina a jeito. Ou uma cabra.

70 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom. Não, vocês não são cabras. Para se ser cabra é preciso premeditá-lo. E fazer a coisa bem feita (sim, eu sou, mesmo, a sério, quando quero e de propósito, mas ultimamente já não me apetece dar ao trabalho :DDD)

@na disse...

Cat, então é contigo que tenho de falar, vê se dás umas dicas sim?

Teresa disse...

Não Catarina, cabra não premedita ser cabra, cabra é cabra porque não sabe ser outra coisa. Nós somos assim umas cabras Halloween, de vez em quando resolvemos ser aquilo que achamos que uma cabra é. Metemos muito mais medo, mas é só porque carregamos na maquilhagem e somos muito mais inteligentes. E mais giras, convenhamos.

@na disse...

Teresa, eu sei... claro que sei disso tudo, mas o facto é que às vezes dá mesmo vontade de ser cabra, vês como a tua irmã ou o sebastião conseguiram??

Teresa disse...

Para seres cabra, Ana? Olha, posso recomendar duas ou três mas não sei se com a Cat te safas... é tão cabra como nós...

@na disse...

(aqui para nós, Teresa, eu também me quer parecer isso, mas ela diz que não)

Teresa disse...

Pois diz mas não me cheira a cabra,,, a minha avó dizia que para se ver se eram cabras ou não deviamos pôr farinha no chão - se ficassem marcas de cascos eram cabras mesmo.

Sim, safaram-se, e garanto que muitas vezes penso que devia ser menos eu e mais sebastião, mas depois não sei se me conseguia aguentar tanto tempo calada no buraco da lareira...

Anônimo disse...

eu então que gosto tanto de bichos ainda não percebi porque é que as cabras têm má fama, os cabritinhos são a coisa linda como não há, eu aliás não consigo comer, e as cabras também são bonitas e meigas em geral.

No Gerês eu ficava encantado sentado ao lado do pastor a fumar um cigarro, enquanto ele me contava nomes e histórias delas, balidos e tilintanços

E sou gamado em queijo de cabra

em timor chamam bibi timur, para distinguir de ovelha que é bibi malai (malai quer dizer branco, estrangeiro)

timur quer dizer do oriente,de leste, ora o oriente é que nos orienta

Clara disse...

Hum, definam "cabra". Para mim "cabra" é uma mulher que passa por cima dos outros para atingir um fim qualquer. É mais cabra se a pessoa atingida for outra mulher. E a cabra suprema se for uma amiga.

A vossa descrição parece-me mais "assertivas" ou "agressivas" do que "cabras".

(e tu, Catarina, não enganas ninguém como vês, ninguém acreditou que fosses cabra).

Anônimo disse...

Tss tss estou a perder qualidades, é o que é. Bom, então há duas espécies de cabras (das a sério): as cabras que são sem darem conta (e que serão um bocado burras ou distraídas ou simplesemtne egoístas, então, porque cabra que é cabra é cabra premeditada, desculpem, vem no rótulo) e as cabras, lá está, premeditadas. Para mim, ser cabra é ser uma sacana filha da mãe, mas os bons e as boas sacanas, têm que o fazer conscientemente. E sim, já fiz. Só para foder algumas pessoas e passando por cima de toda e qualquer espécie de escrúpulo. Mas é como digo, dá trabalho e não compensa e depois dorme-se mal connosco mesmos.

cereja disse...

Desde que vi o título do blog que interpretei como o explicaste agora. Uma provocação, para 'ir à frente' e desafiares o mundo.
Quanto à Ana, perdão @na, já lá passei pelos Fios...

Anônimo disse...

E dos cabrões residentes, alguém pode traçar o perfil please?
Ou seja, existe alguma diferença substancial entre uma cabra ou um cabrão de serviço ou podemos deixar cair os géneros nesse particular?
(Eu sou um gajo muito instável e preciso destas bóias de sinalização para me situar, perdoem-me...)

Anônimo disse...

vem um golfinho aos pinchos, já de olha pisco, mas ainda ali anda uma torta de azeitão, tubazão, acho, ou então é uma miragem imaginária, tenho de mudar para o espaço de morfeu para morfá-la...

deixa cá ver

Teresa disse...

desculpam as gaijas mas vou já responder aqui ao tubarão que ele tem de se deitar cedo - cabrão de serviço é assim a modos que uma cabra de serviço mas com pila. Digamos que não és uma aspirina mas um supositório.
(sim, escusas de chamar cabra...)

Anônimo disse...

Até me arrepio todo quando me respondes assim, cabrita... :-)
Mas acho que apanhei a ideia.

Anônimo disse...

Z, ainda dás contigo em diabético.
Não morfes tanto disso, pá!

@na disse...

mas mesmo que breve aquele saborzinho doce e o sorriso sacana nos lábios... ahhh deve saber tão bem...

Anônimo disse...

portanto a torta era real, o que quer dizer que já foi, ao passo que se fora imaginária ainda era

isto a menos de uma lambidela no bigode e de uma língua esparramda

calma camarada, não comia há três dias que nem tinha a certeza se estava lá ou já tinha ido

estas dialécticas do ser ou não ser terminam sempre com uma lambidela no bigode

Anônimo disse...

a caminho do xonex, recordando as origens (da enxaqueca):

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1346207&idCanal=13

:)

jos

ardiloso disse...

Este mundo é um pasto, onde existe cabras, cabrões.. uns evidenciam-se mais q os outros, uns andam em grupo, outro isolados, mas nao é por isso que deixam de o ser... Tenho dito

@na disse...

Ardi!!!!! tens andado desaparecido.

@na disse...

22

Marias disse...

Eu devo ser vítima ideal das cabras a sério porque ando sempre a leste, mas quando me apercebo marro em todas as direcções. Mas devo ser mais a irmã da cabra de serviço. A inocente mais nova...
Na verdade sinto-me mais cabra a sério. Poderosa.

ardiloso disse...

Como já referido num dos posts (já nao lembro qual e quando, julgo no sec. passado) com muita pena minha nao puder vir aqui assiduamente, por questões profissionais, mas fico muito contente e feliz por essa grande admiração a@na, espero de contente ou nao?

@na disse...

Claro que sim... até já tinha ido ao teu tasco à tua procura :)

Anônimo disse...

(portanto agora o meu amigo anda aqui deixa-me ficar calminho)

Anônimo disse...

(mas é só para dizer que aquele achatado ali em cima devia ter dor de cabeça, mas aquilo é por causa da gravidade, que quando andava dentro de água a baixas profundidades a impulsão dava-lhe para ter cabeça alongada

deve ter sido uma dor de cabeça evolutiva do caraças

felizmente havia o exemplo das árvores, atrás da luz

puf, voltar a burocracias)

ardiloso disse...

Vi-te, estava escondido...

Acho bem, calminho, porque venho em força, e achatado hum... bola de raguebi??

Anônimo disse...

eu fico calminho porque imagino que ajuda a que também ficas calminho e gostas - nós machos não gostamos de andar enervados, isso não tem nada a ver com a potência, isso é outra coisa

tenho de tratar de burocracias, ando-me a potenciar senão fico chateado comigo

mas ando por aqui

@na disse...

escondido? de mim?

Anônimo disse...

agora ri-me,

olha se me viste tudo bem, mas ficas a saber que eu um despassaradão do pior e nunca olho insistentemente para dentro dos carros e assim, porque eu sou muito conhecido por aqui e não quero nem incomodar as pessoas nem más interpretações

e portanto só te reconhecerei quando me apareceres à frente

também tenho de avisar toda a gente que quando me vêem com alguém fica tudo de orelhas no ar e a conversar, eu não ligo mas tenho de dizer isto,

mas o que eu quero é que estejas bem, desde que vi tens amor pelos teus filhos fiquei descansado que não andas perdido, o resto eu vou fazendo protecção

Anônimo disse...

ah, mas se é para a @rrobana tudo bem também, :)

bazar

Anônimo disse...

(mas não sem antes picar :)

@na disse...

o que é que é para a @na?

ardiloso disse...

de outras cabras

Anônimo disse...

puf, já tratei do que era para hoje

hoje queria dormir 12 horas, vou fazer a cama de lavado

tubszão: já não há tortas de azeitão fica descansado, os torresmos é que é pior

gaija do norte disse...

z, tu não és meu amigo! não posso pensar em comida... um dia destes passei numa caixinha e tinhas lá uma feijoada para mim. até fechei os olhinhos... hoje já vais nas tortas e nos torresmos, e eu aqui agarrada a uma maçã...

Anônimo disse...

as tortas já foram, os torresmos é que é pior

Teresa disse...

(e eu com uma neura tão grande mas tão grande que nem cozinhar me apetece....)

Anônimo disse...

deixa estar, aqui também está dorido, haja Sol,

e sopa de cogumelos

Teresa disse...

sopa de cogumelos era uma excelente ideia.... ainda vou fazer uma.

Anônimo disse...

pois, eu também faço

serve com uma nozinha de manteiga e polvilha de oregãos

ardiloso disse...

que não te caia nenhum rapunzel...

Anônimo disse...

o que é isso?

Anônimo disse...

já fui ver à wiki, podes cair porque aquilo acaba bem, ficamos felizes para sempre

acho que pelo meio fico cego ou lá que é, mas não faz mal porque eu ainda tenho que ler o ensaio da cegueira do Saramago

Anônimo disse...

hum, mas tem lá uma bruxa e eu ainda ando com o feitiço de uma às costas. Até sonhei noutro dia que descobria que ela é que me comprava a casa, porque como eu nunca a convidei a vir cá era a vingança.

Só que calha que nem ginjas porque eu quero mudar de cenário, está tudo feito por aqui,

gosto mais do Corto mas anda sempre sózinho na parte das histórias que se vê

Anônimo disse...

ainda tenho que escrever uma história de um gato e de um raposo...

as galinhas é que vão ficar num alvoroço

as cabrinhas não, entendem tudo

Anônimo disse...

já tomei uma bomba,

xonar sem fim

bjo

Anônimo disse...

belo xonex, o fim já chegou

gaija do norte disse...

vai dormir lá fora!!! bem podias estar caladinho...


(que imbeija!)

Anônimo disse...

do soninho? é bom sim

daqui a pouco vou ler ali meia hora ao Sol junto com o meu amigo silencioso que ora está na cruz ou a voar e abençoar

pena que eu não gosto de morder em bronze

Anônimo disse...

Eu gosto. Mas em bronzes de sol mesmo e não daqueles de solário artificial.

Anônimo disse...

ah, isso também gosto, aliás já corri as cores todas, isto é uma abstracção porque há sempre uma nova cor à espera de si

também não gosto de plástico, gosto de feitos pela vida

eu estava a falar de bronze_bronze, cobre+estanho

e já experimentei mas fico a saber a metal o dia todo, não dá

bem, vou esticar as patas

Anônimo disse...

Eu sei do que estavas a falar, mas não consigo resistir...
:-)

(E o gostinho com que se fica o dia todo em mordendo bronze do outro?)

gaija do norte disse...

(cala-te!!! quero lá saber do bronze... só de pensar no gostinho de morder... ai cala-te gaija, cala-te!)

Xica disse...

(e o bronze da praia que ainda sabe a sal? esse sim, dá gosto...)

Teresa disse...

isto de ter cabras juniores no meu pc é o que dá.... ali a atrasadinha da manhã (porque será???) fez login no meu blog com o nome dela!!!!!

gaija do norte disse...

hummm eu e essa cabra junior vamos ter que ter uma conversinha daquelas... o que é que ela sabe sobre o bronze da praia? e pior... que AINDA sabe a sal??? hummm

Teresa disse...

Espero, sinceramente, que não saiba nada.... eu é que só percebi que estava com o nome dela depois do comentario ter seguido...

gaija do norte disse...

agora sim, percebi o que aconteceu!

e já agora chefa, que sabes tu dessebronzecomsaborasal???

Anônimo disse...

pois, o gostinho do outro, o dia todo

cum granum salis

mas eu agora ando parvo, deu-me para ser fiel a um fantasma imagine-se, só para não magoá-lo, que os machos são terrivelmente ciumentos mesmo, e é mesmo assim não é por mal

eu lembro-me de vomitar labaredas

mesmo achando que não tinha direito nenhum

espero que me passe

só hoje é que reparei que nada de vazio é igual a nada de nascida

Anônimo disse...

frango de caril para me entreter

Anônimo disse...

lembro-me do fim de semana alucinante, o título deve ser uma daquelas traduções estúpidas portuguesas, marcou-me bem o filme, tinha para aí treze anos,

só espero que isto não seja uma indirecta para mim:

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=113335

Anônimo disse...

é que se fôr aviso já que mordo se não gosto das fuças

Anônimo disse...

hoje andei para aí 7 km e vi um pôr do sol mesmo lindo, apareceu debaixo das nuvens numa estrada de luz dourada que até fiquei com olhos molhados nem sei se da beleza ou de ter olhado demais,

portanto espero xonar bem,

Anônimo disse...

já se vê que sou eu que tenho de tratar de tudo,

queijo de ovelha inclusivé :)

Anônimo disse...

E por ocaso tiraste umas fotos ao respectivo para partilhares ca malta, hum?

Anônimo disse...

tirei uma mas foi com o telémovel, e eu nem sei passar do tm para o computador

mas ficou um grande clarão

Anônimo disse...

isto agora já está tudo distraído:

meu!

Teresa disse...

e eu também estou aqui... vou ter de ler outra vez, que a trovoada deixou-me lerda, mas ainda vou perceber, garanto.